Gleisi, a superministra sem pasta em caso de vitória ou meia vitória sobre os impostos dos combustíveis
Uma derrota completa do ministro Fernando Haddad, ou uma meia derrota, quanto à prorrogação da desoneração dos combustíveis, joga definitivamente na cena política Gleisi Hoffmann como uma superministra sem pasta.
A derrota completa seria a manutenção da isenção, como até já tuitou a presidente do PT. Meia derrota de Haddad seria um arremedo, a volta dos impostos a taxas menores.
Até uma vitória do ministro da Fazenda, a favor da taxação, é vista como positiva para ela, que forçou o debate sobre o tema até o último minuto.
Gleisi está sedo comparada a uma espécie de José Dirceu, ministro da Casa Civil do primeiro mandato de Lula, só que este tinha mandato.
A avaliação, em off, foi feita por dois importantes agentes econômicos da bioenergia, que esperam a reunião do presidente com Haddad, mais o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, marcada para logo mais às 10 horas.
Amanhã vence o prazo de isenção do PIS/Cofins e Cide sobre os combustíveis, dado por Jair Bolsonaro em julho, estendido por Lula no dia da posse, em 1º de janeiro, e o núcleo duro político do governo já acenou publicamente que quer ver no mínimo mais dois meses de extensão.
O temor de inflação, em momento delicado para o governo alçar voo, sem perder popularidade, parece estar vencendo os argumentos da equipe econômica de que a renúncia de arrecadação é mais perigosa para a agenda social do que o custo inflacionário.
Na gasolina, a estimativa é de alta de R$ 0,69 no litro; para o etanol, de mais R$ 0,24.
Portanto, o biocombustível ganharia mais competividade.