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Giro das commodities para 2ª (14): entre fundamentos e a crise no Leste da Europa

11 fev 2022, 17:13 - atualizado em 11 fev 2022, 17:18
Trigo
Entre as commodities, o trigo é o que vai ficar mais em expectativa na segunda por conta da crise no Leste europeu (Imagem: Pixabay/Peggychoucair)

As commodities agrícolas vão para a segunda-feira (14) mistas entre influências de seus fundamentos e o andamento dos mercados financeiros, que fecharam algo inquietos nesta sexta (11), com o dólar index em alta, índice futuros de ações em baixa (mercado à vista idem) e o petróleo disparando acima de US$ 93 por temores reacesos de guerra entre Ucrânia e Rússia.

O trigo se fixa nesse segundo grupo, após ganhos acima de 3,60% em Chicago, para liquidação em março, fechando a US$ 7,97. A Ucrânia é um grande produtor de trigo.

O cereal também está bem precificado pela baixa oferta global e demanda acima de 10 milhões de toneladas do que os países produtores entregarão.

O milho também terá um pouco dessa expectativa, via crise no Leste europeu, por afetar a expectativa de consumo do etanol produzido do cereal, além de poder seguir contando com a oferta também reduzida da América do Sul depois da seca deste verão. Foi impulsionado hoje a mais 1,42%, para abrir a segunda em US$ 6,51 o bushel.

No caso do açúcar, commodity também muito influenciada pelo petróleo, não se descarta algum empurrão caso o óleo cru abra em alta novamente no primeiro dia da semana, embora nesta sexta o mercado desprezou a disparada do barril e fez descer a cotação do adoçante em Nova York, embora levemente, na margem de estabilidade.

Ficou em menos 0,5%, a 18,26 o c/lp.

A oferta brasileira na safra 22/23 está estimada em boa recuperação, depois de as chuvas melhorarem o perfil produtivo da cana no Centro-Brasil, e as entregas da Índia na safra que corre adicionam pressão.

A soja entrou num ponto de indefinição, depois das fortes oscilações dos últimos três pregões, e ao ficar de “lado”, nesta sexta, quando fechou com 8 pontos de alta, a US$ 15,83 no março.

Há sentimento de que possa subir mais, por safra brasileira que o USDA não estimou com a quebra aguardada pelos analistas (produção em torno de 125 milhões/t), mas também a demanda chinesa precisa se descolar mais para o Brasil.

Como os estoques americanos, embora mais baixos, estão dando conta da procura externa, os compradores ficam de fora do Brasil, cujos preços estão acima do praticado nos Estados Unidos.

Para o café arábica, a rolagem do março, em Nova York, que está para vencer, mais realização de lucros, fizeram a commodity 0,97%, a 252,73 c/lp, mas devolveu pouco perto da alta acumulada na semana.

Pensam os estoques mundiais baixos, também a quantidade de cafés certificados em queda e problemas na safra brasileira, apesar de as chuvas darem um pouco de positivismo aos produtores.