Giro das commodities: altas de momento vêm com dólar em baixa e fundamentos são acessórios
Qualquer explicação que se tente dar para as altas das commodities agrícolas nesta manhã de sexta (4) tem que ser ancorada no dólar no exterior (index) em baixa.
Nada mudou em pouco mais de 12 horas, entre as baixas da quinta e as telas de Chicago e Nova York agora.
A divisa americana mais fraca favorece a busca por ativos de risco. Na véspera, mais forte, ajudou a depreciar os contratos futuros.
Algumas vozes buscaram nos dados de exportações semanais da soja e milho dos Estados Unidos, reportados ontem pelo USDA, o argumento para as baixas. Ficaram no piso das expectativas de mercado, respectivamente 830 mil e 372,2 mil toneladas.
Trigo também se aproveita de um cenário financeiro mais amigável nesta parte do dia – os índices futuros de ações nos EUA sobem, por exemplo – e leva um pouco de pressão da oferta.
O café arábica vai na gangorra de sempre. Quando cai, cai muito. Quando sobe, sobe muito. Na quinta realizou lucros, com os fundos se aproveitando do impacto do dólar.
Agora avança. Mas há poucos fatores de sustentação de alta, a julgar pelas informações de condições mais positivas para a safra do Brasil.
A queda na produção da Colômbia está sendo testada nos preços, também, em movimento pontual.
O açúcar oscila entre boa safra nova aguardada no Brasil, mais adoçante neste final de ciclo atual, também com Índia produzindo e exportando mais, ao mesmo tempo que sente o lado da demanda pressionada pelo temor de recessão, e das pressões de baixa e alto do petróleo.
Nesta manhã, o petróleo sobe encorpado e puxa a commodity em Nova York.
Cotações às 7h40 (Brasília)
Soja, janeiro: +0,91, US$ 14,50
Milho, dezembro: +0,64%, US$ 6,84
Trigo, dezembro: +1,14%, US$ 8,50
Café, dezembro: +2,44%, 176,45 c/lp
Açúcar, março: +0,81%, 18,63 c/lp
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