Giovanna Ricci: “Data” a favor da publicidade
Por Giovanna Ricci – Jornalista com expertise em propaganda há mais de uma década em grandes agências
Desde o final de 2018 eu comecei a atender um cliente com perfil muito diferente daqueles com os quais eu já trabalhei. Agências de publicidade tem características muito fortes, há aquelas mais criativas, as boutiques, as tradicionais, as de mídia, as moderninhas, as grandes, as médias, as pequenas, as independentes, as de rede, e ainda hoje, pasmem, as digitais. Dessa vez eu achei que estava por caminhos que eu já tinha navegado, mas foi o oposto.
Trabalhando com a comunicação das marcas, a cada imersão no cliente aprendo mais sobre seu negócio, seus diferenciais, seus pontos fortes e seus pontos fracos. E sempre aprendo. Aprendo muito sobre o segmento, sobre tendências de mercado, sobre os clientes dos meus clientes e claro, sobre a concorrência.
Eu sempre achei que uma boa agência deveria ter dois ingredientes principais, e no melhor dos mundos, uma combinação deles: criatividade e negociação de mídia. Na minha cabeça, seja ela tradicional, seja ela moderninha, uma agência baseia-se pela criatividade e pelo poder de negociação.
Até que me deparei com os dados e a performance. O que eu achava ser uma parte do trabalho de mídia em algumas agências e de planejamento em outras, me tirou da zona de conforto.
Não que “data” ou dados seja uma novidade, por que não é. O mercado tem falado bastante a respeito, mas ainda sinto que num tom futurístico ou nos bastidores com certo preconceito.
Há algum tempo escuto falar sobre dados e sobre os insights que eles podem gerar. Em tempos de redes sociais, isso tem ficado cada vez mais forte e o discurso cada vez mais frequente. Eu julguei.
Até que ouvi de uma pessoa cuja opinião pra mim é relevante. Aí eu parei para ouvir. Quando vi um case que mostrava o alcance de um objetivo, eu parei para estudar. Quero conhecer mais, quero entender mais, quero me apropriar. Não estou falando de SEO, estou falando sobre conectar a marca com quem realmente quer consumi-la.
Quando você lê um relatório e vê que a meta de uma campanha trimestral foi atingida em 10 dias, a história ganha relevância. E sim, pode mudar conceitos. Não estou querendo confrontar o que é bom ou o que é ruim, se existe um modelo melhor ou pior, se há algo mais vanguardista. Estou dividindo nesse texto uma percepção que pra mim fez todo sentido. Se todos se perguntam os novos rumos da propaganda em cima de afirmações como “o streaming acabou com a TV”, “o impresso morreu”, e mais tantas outras afirmações… eu vi uma luz no fim do túnel: dados a partir do comportamento do consumidor no ambiente digital.
Pega essa informação e assim como eu, vá estudar. Vá entender essa nova possibilidade. Procure sabre mais sobre métricas. Procure entender as ferramentas. Converse com pessoas. Puxe referências da rede. Esse pode ser um bom caminho a ser explorado.