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Gigantes do petróleo devem divulgar prejuízos no 2º tri após tempestade perfeita

27 jul 2020, 14:55 - atualizado em 27 jul 2020, 15:14
Shell
A Shell divulgou uma estimativa média de analistas para os resultados ajustados da companhia no trimestre, que indicou um prejuízo (pela primeira vez na história) de 674 milhões de dólares (Imagem: REUTERS/Marcos Brindicci)

As principais empresas de petróleo e gás dos Estados Unidos e Europa devem reportar prejuízos no segundo trimestre, depois de os “lockdowns” relacionados à pandemia de coronavírus destruírem a demanda por combustíveis, afetarem os preços e pressionarem as margens, indicaram analistas e dados do Refinitiv Eikon.

As raras perdas projetadas para BP, Chevron, Eni, Exxon Mobil, Shell e Total ocorrem após um colapso nos preços da energia e uma queda de demanda para níveis não vistos há décadas, que criaram uma tempestade perfeita para empresas que produzem, refinam, comercializam e vendem combustíveis.

Durante outras quedas significativas dos preços, os resultados das companhias produtoras de petróleo foram impulsionados pelas operações de refino, cujas margens tendem a se beneficiar dos preços baixos e fornecer um “hedge” interno.

Mas dessa vez, com a paralisação de viagens e empresas em função dos “lockdowns”, as margens para produtos refinados, como gasolina, diesel e querosene, afundaram para território negativo.

As divisões de trading, por sua vez, conseguem ganhar dinheiro mesmo quando os preços despencam, explorando os movimentos voláteis do mercado.

Valores de referência do petróleo, Brent e WTI acumulam queda de cerca de um terço até este momento do ano, depois de recuarem cerca de 66% no primeiro trimestre e saltaram 81% e 92%, respectivamente, entre abril e junho.

Na Equinor, a unidade de “marketing & midstream”, que inclui a divisão de trading, foi o único departamento da empresa a gerar lucro antes de impostos no segundo trimestre, tendo se posicionado bem em meio à estrutura “contango”, na qual o preços do petróleo para entrega imediata são mais baratos que os de contratos de prazos mais longos.

BP e Shell já reduziram suas projeções para o preço do petróleo no longo prazo, realizando provisões, respectivamente, de 13 bilhões a 17,5 bilhões de dólares e de 15 bilhões a 22 bilhões de dólares no segundo trimestre.

A Shell divulgou uma estimativa média de analistas para os resultados ajustados da companhia no trimestre, que indicou um prejuízo (pela primeira vez na história) de 674 milhões de dólares.