Gigante da Índia mira vender até 200 milhões de smartphones
A Reliance Industries pediu a fornecedores locais que aumentem a capacidade de produção na Índia para que possam fabricar até 200 milhões de smartphones nos próximos dois anos, de acordo com pessoas a par do assunto. Seria um forte impulso para as ambições tecnológicas do país e um alerta para rivais como Xiaomi.
A empresa mais valiosa da Índia está em negociações com fabricantes nacionais para produzir uma versão de seu celular Jio que rodaria com o sistema operacional Android do Google e custaria cerca de 4 mil rupias (US$ 54), disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.
Os celulares baratos serão comercializados com planos sem fio de baixo custo da Reliance Jio, a operadora da controladora, disseram.
O presidente do conselho da Reliance, Mukesh Ambani, tenta renovar a indústria de smartphones do país da mesma forma que o fez com os serviços sem fio, onde seus baixos preços e planos simples rapidamente tornaram o empresário na força dominante.
O bilionário também se alinha aos planos do governo indiano de expandir a manufatura nacional, um possível impulso para empresas locais como Dixon Technologies India, Lava International e Karbonn Mobiles.
“Obviamente, estamos tentando construir nossas empresas nacionais. Temos um ponto ideal em telefones básicos”, disse Pankaj Mohindroo, presidente da India Cellular & Electronic Association, em entrevista à Bloomberg Television. “O mundo percebeu que a Índia é um ótimo lugar para fazer negócios e também para manufatura.”
Representantes da Reliance não quiseram comentar.
A meta da Reliance de vender de 150 milhões a 200 milhões de celulares em dois anos representaria um grande impulso para fábricas indianas.
A Índia fabricou cerca de 165 milhões de smartphones no ano encerrado em março e um número aproximado de telefones com recursos básicos, de acordo com a associação de Mohindroo. Cerca de 20% dos smartphones custam menos de 7 mil rupias, ou cerca de US$ 100.
A Bharti Airtel, concorrente da Reliance, também está em negociações com fabricantes para produzir seu próprio aparelho 4G, informou a mídia local. O Business Standard informou anteriormente sobre os planos de Ambani de terceirizar a fabricação de telefones.
Em julho, a Reliance fechou uma ampla aliança com o Google, sob a qual a unidade da Alphabet investiria US$ 4,5 bilhões e cooperaria em iniciativas de tecnologia.
A parceria ainda está sob revisão regulatória, por isso a Reliance segue com a iniciativa de celulares por conta própria por enquanto.