Petróleo

Gigante acordou? Como a China fez petróleo comandar maior alta semanal desde abril

16 jun 2023, 16:43 - atualizado em 16 jun 2023, 16:43
petróleo China
Após meses de ‘dormência’, a China voltou a fazer preço no mercado nesta semana.

O petróleo deve concluir a sua primeira semana positiva desde maio. Responde por isso o rali iniciado na quarta-feira, sustentando na quinta e que ainda tem alguma força nesta sexta-feira (16).

Por volta das 16h, contratos futuros do Brent (referência internacional) e do WTI (referência americana) sobiam 0,80% e 1,31%, respectivamente.

Mantido os patamares de negociação, o barril tipo Brent deve concluir a semana valendo US$ 76, uma alta de 10% com relação ao dia 12. Já o óleo cru americano é alçado a US$ 71, valorizando cerca de 6% desde o começo da semana.

Por trás da repentina alta, um fator que encontrava dificuldades para fazer preço no mercado nos últimos tempos: a China.

Dormência chinesa é problema difícil de resolver

O gigante asiático surpreendeu os mercados na terça-feira, quando o Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês) decidiu por um corte nas taxas de referência de empréstimos na linha de médio prazo (LPR, na sigla em inglês) em 0,1 ponto percentual, aos 2,65% por ano.

A medida de Pequim procura neutralizar a tendência de baixa que a economia chinesa enfrenta atualmente, já que o país custa a ativar um novo ciclo de crescimento, vislumbrado através da reabertura econômica. 

Com o corte de juros, investidores do mercado de petróleo voltaram a ficar animados com a possibilidade de maior demanda por combustíveis até o fim de 2023.

Mas o desafio não parece tão simples. Na contramão das potências ocidentais, que lidam com a inflação alta desde o início de 2022, o gigante asiático luta contra riscos de deflação na economia interna e baixa demanda.

Corroborando o cenário de estagnação doméstica está a alta de 0,1% do índice de inflação (CPI, na sigla em inglês) no mês de abril, o menor ritmo de crescimento para o índice desde 2021. Em maio, a inflação continuou abaixo do consenso, crescendo 0,2%.

Buscando espantar a deflação, Pequim deve dobrar a aposta em direção a mais estímulos econômicos, com investimentos públicos em projetos de infraestrutura assumindo destaque.

Além disso, a China cogita afrouxar regras no setor imobiliário para induzir o crescimento de um setor que vem enviando sinais de alerta desde a crise da gigante EvergrandeO setor imobiliário contribui para cerca de 30% do PIB.

Petróleo também pega carona em alta do Fed

Além do sinal marginalmente positivo vindo da China nesta semana, investidores celebraram a pausa do aperto monetário nos Estados Unidos. Na quarta-feira, o Federal Reserve optou por manter a taxa de juros pela primeira em dez vezes.

A decisão do BC norte-americano contribuiu para uma queda expressiva do dólar na semana, tornando o petróleo mais barato para compradores que comercializam em outras moedas. Com isso, houve um aumento do apetite de risco que acabou direcionando o espírito ‘bullish’ dos mercados.

Apesar do sinal positivo emitido pela China, analistas ainda permanecem cautelosos com a commodity para 2023, haja vista o risco de recessão nas economias desenvolvidas do Ocidente e o aperto monetário.

Ainda nesta semana, o banco de investimentos Goldman Sachs, considerado um dos mais otimistas no mercado, revisou para baixo a projeção do Brent ao fim de 2023 para US$ 86 por barril.

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