Gestores têm maior posição “short” de techs em 16 anos, revela BofA
A pesquisa mensal do Bank of America (BofA) para mensurar o humor do mercado e que reúne 331 participantes mostrou dados nada favoráveis para o setor de tecnologia.
Segundo a pesquisa, o número de gestores que apostam na queda das techs, o chamado short, alcançou o maior patamar desde 2006.
Essas empresas, que há pouco tempo eram consideradas como “queridinhas”, vem sofrendo com a elevação dos juros mundo afora. Muitos analistas consideram os preços exagerados, diante do cenário econômico difícil.
A Nasdaq, por exemplo, que reúne as empresas de tecnologia, acumula perdas de 24% só neste ano. Ações de big techs, como a Apple, Meta e Amazon, têm quedas de mais de 30%.
Mais do que isso, os níveis de caixa das gestoras chegaram à patamares de 11 de setembro de 2001, o que indica um alto pessimismo em relação ao mercado.
Já o medo da estagflação (inflação mais baixo crescimento) alcançou os níveis de 2008, quando o mundo viveu a crise dos Subprimes.
A percepção é que os banco centrais terão que tomar atitudes mais hawkish (elevação dos juros) para conter a inflação galopante e persistente, que só piorou depois da guerra na Ucrânia.
Os temas que mais provocam medo nos investidores são: o modo como os banco centrais vão se comportar, recessão global e inflação.
Nesse momento, os gestores estão dando preferência para setores defensivos, como commodities, saúde e produtos básicos.
Wall Street alerta para queda de liquidez
Os mais céticos de Wall Street podem ter razão ao enxergar sinais de que a recuperação das ações na terça-feira é uma armadilha de mercado de baixa sem liquidez.
Nos últimos meses, as condições de negociação de ações e títulos pioraram à medida que gestores penam para conseguir comprar e vender grandes volume sem abalar os preços – uma situação que lembra o distúrbio da pandemia em 2020.
A liquidez, ou a facilidade de negociação, dos futuros do S&P 500 é preocupante, mesmo para os padrões do colapso causado pela Covid há mais de dois anos, de acordo com o JPMorgan. A capacidade do mercado de Treasuries de absorver grandes negócios também se aproxima de níveis precários, segundo dados do Goldman Sachs.
Embora a dificuldade de negocia ativos em 2020 tenham começado a diminuir em questão de semanas, para muitos em Wall Street, parece que o problema não vai acabar nunca este ano com o Federal Reserve pondo fim à era do dinheiro fácil.
“A profundidade do mercado não é muito melhor do que em março de 2020”, disse Nikolaos Panigirtzoglou, estrategista do JPMorgan. “Isso implica que a capacidade dos mercados de absorver pedidos relativamente grandes sem afetar significativamente o preço é muito baixa no momento.”
São avisos de cautela para os compradores de baixa que retornaram em todos os mercados na terça-feira com o S&P 500 em alta e Treasuries recuando.
Com Bloomberg
Receba as newsletters do Money Times!
Cadastre-se nas nossas newsletters e esteja sempre bem informado com as notícias que enriquecem seu dia! O Money Times traz 8 curadorias que abrangem os principais temas do mercado. Faça agora seu cadastro e receba as informações diretamente no seu e-mail. É de graça!