Gestores precisam assumir a responsabilidade pela diversidade, diz cofundadora do Indique uma Preta
Os gestores precisam se informar sobre questões raciais e assumir a responsabilidade pela diversidade de sua equipe, segundo Amanda Abreu, cofundadora da consultoria Indique uma Preta.
“Gestores colocam essa conta muito nos Recursos Humanos“, afirmou no segundo episódio do Carreiras e Afins, programa do Money Times no YouTube sobre mercado de trabalho.
“O RH está ali para fazer essa ponte, são as pessoas mais sensibilizadas com o assunto, mas o gestor tem a responsabilidade de construir todo esse trabalho”.
Amanda e as sócias Danielle Mattos e Verônica Dudiman, todas do ramo da comunicação, criaram o Indique uma Preta em 2019 a partir de uma experiência bem-sucedida como grupo de Facebook.
A ideia do grupo criado pela Danielle, conta Amanda, era conhecer outras mulheres negras e trocar informações especialmente sobre emprego.
As futuras sócias haviam tido contato com empresas que comunicavam muito a diversidade, mas notavam que quem escrevia as ideias e tomava decisões eram homens brancos em sua maioria. “Alguma coisa estava errada”, diz.
Amanda conta ter percebido no grupo uma insegurança das integrantes quando eram compartilhadas vagas de emprego. Surgiu, então, a ideia de fazer um workshop sobre desenvolvimento de carreira em comunicação e tecnologia.
A partir disso, Amanda, Danielle e Verônica começaram a idealizar serviços permanentes para pessoas negras e para o mercado de trabalho (RH, marketing, assessoria de imprensa), relata a comunicadora.
Assista a entrevista completa no Youtube:
Indique uma preta: as duas áreas de atuação
Hoje a empresa atua em duas frentes: Indique uma preta, que capacita a comunidade negra com workshops gratuitos, e a Indique, que presta consultoria para as empresas e conecta a mão de obra às companhias.
O Indique uma preta foi, inclusive, responsável pela comunicação do lançamento do trainee só para pessoas negras lançado pelo Magazine Luiza, projeto que teve uma forte reação negativa de parte das redes sociais.
“A gente estava muito preparado para responder com informações, dados e leis. Mas foi uma surpresa”, diz Amanda. “A dica que eu dou para a empresa que pensa nesse tipo de projeto é pensar na trajetória, em como eu vou responder as pessoas que questionam esse tipo de ação”.