Gestora IP zera posição em Meta após 4 anos com competição do TikTok
Uma das mais antigas gestoras de recursos independentes do Brasil encerrou sua posição de anos na Meta há cerca de quatro meses por conta da concorrência do aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok.
A competição por tempo “se tornou mais dura dada a incrível habilidade da plataforma do TikTok em absorver a atenção dos seus usuários” disse a IP Capital Partners em nota aos clientes neste mês. “Enquanto, até agora, o formato de short-form video teve mais sucesso com jovens, acreditamos que seja de apelo universal e que irá continuar a penetrar públicos mais velhos ao redor do mundo.”
A IP Capital, fundada em 1988, tinha mais de R$ 4 bilhões sob gestão em abril, segundo dados da Anbima.
A gestora não citou o tamanho da posição em Meta na nota e disse, em comentário enviado por e-mail, que a posição foi encerrada no início de fevereiro.
A gestora, que começou a montar a posição comprada em 2018, estima que o público dos EUA passou 20 vezes mais tempo assistindo TikTok do que Reels, a plataforma de vídeos curtos do Instagram, controlado pela Meta, nos primeiros três meses do ano.
Ao se concentrar em impulsionar a adoção do Reels, a atenção acabou sendo desviada de recursos altamente monetizados como feed e stories do Facebook (FB), o que ajuda a explicar uma forte desaceleração no crescimento da receita no ano passado, segundo o fundo.
Wall Street tem se decepcionado com a Meta neste ano, e o preço da ação caiu pela metade, apagando cerca de US$ 500 bilhões em valor de mercado.
Grande parte do colapso ocorreu em fevereiro, quando a empresa soltou uma previsão que desapontou os investidores e alertou sobre a concorrência do TikTok.
No ano passado, a companhia anunciou uma guinada em direção ao metaverso, uma mudança de estratégia que foi recebida com algum ceticismo.
O fundo mais antigo da gestora, o IP Participações Master FIA BDR Nivel I, tinha exposição ao Meta por meio de ações negociadas nos EUA e recibos de ações no Brasil (BDRs), segundo dados compilados pela Bloomberg.
Outras apostas do fundo nos EUA incluem Netflix, Charter Communications, Charles Schwab e Amazon, segundo a nota aos clientes.
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