Gestora descarta pessimismo e vê Bitcoin (BTC) batendo novo recorde em 2026; entenda
O mercado global de ETPs de criptomoedas (produtos negociados na bolsa) deve chegar a US$ 400 bilhões em 2026 — um avanço de 60% sobre os atuais US$ 250 bilhões e volume superior ao do Nasdaq-100 — em meio à crescente entrada de governos, bancos e grandes investidores no setor.
A projeção é da 21shares, que vê o bitcoin (BTC) cada vez mais consolidado como hedge global e projeta um 2026 de maior liquidez e institucionalização. Segundo o relatório State of Crypto 2025, os ETFs e investidores soberanos absorveram neste ano seis vezes o total de bitcoins minerados, processo que teria quebrado o ciclo histórico de quatro anos do ativo.
A gestora espera um movimento de preços menos volátil e correções mais moderadas, com a adoção institucional reduzindo oscilações extremas. A pesquisa considera que o bitcoin deverá atingir uma nova máxima histórica (acima dos US$ 126 mil), mas não cita um alvo específico.
Assim, a expectativa é de um ciclo de maior liquidez e maior participação institucional, tornando menos acentuada a curva de preços.
“Desde 2024, a queda do Bitcoin em relação aos máximos históricos nunca ultrapassou 30%, em comparação com correções de mais de 60% em ciclos anteriores”, disse Russell Barlow, CEO na 21shares. “Em suma, o Bitcoin está se comportando menos como uma negociação de pequena capitalização no varejo e mais como um hedge macro global”, adicionou Barlow.
A análise ainda ressalta que SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) abriu a porta para a oferta de diversos ativos, como Solana (SOL), XRP (XRP) e Dogecoin (DOGE).
“Já são 120 propostas de ETPs em análise. O Reino Unido tirou a restrição de comércio, e da Ásia à América Latina estão sendo criados marcos legais, tornando os ETPs de criptoativos padrão global de acesso regulado”, disse Barlow.
No mês passado, a SEC aprovou dois ETFs da 21shares sob o Investment Company Act de 1940, mesmo padrão dos fundos de investimento tradicionais, com base em uma cesta de criptoativos.
Circulação de stablecoins triplica
No State of Crypto 2025, a 21shares calcula ainda que o volume de stablecoins no mercado passará de US$ 1 trilhão no final do ano que vem –hoje está em US$ 300 milhões.
O setor, que cresceu 10 vezes em cinco anos, pode ser impulsionado com as regulamentações na Europa e nos EUA, onde a Casa Branca sinaliza avanços para os próximos anos.
As projeções otimistas também se repetem em relação às finanças descentralizadas (de US$ 130 bilhões para US$ 300 bilhões), indústria preditiva (alimentada pelas eleições de meio de mandato americanas) e nos DATs (de US$ 110 bilhões para US$ 250 bilhões), embora se preveja uma concentração de mercado neste último.
No Brasil, a 21shares estima que US$ 318 bilhões em criptoativos circularão na economia em 2025, sendo 90% em stablecoins. Remessas, comércio e pagamentos são os principais setores.
“As mudanças regulatórias de 2023 fizeram o mercado deslanchar e ainda há demanda”, diz Bruna Cabús, representante para a América Latina e a Península Ibérica da gestora.
Do ponto de vista tecnológico, a inteligência artificial (IA) agência deve começar a dar seus primeiros passos, aponta o relatório, sendo aplicada em áreas como pagamentos, gestão de liquidez e transferências entre blockchains.