Gestora de fortunas, de Roberto Justus e Sergio Salles, contrata em NY e Miami
Por Cristiane Lucchesi
A Legend Wealth Management, uma nova gestora de fortunas brasileira, está contratando em Nova York e Miami para atender à crescente demanda por investimentos no exterior dos ricos da maior economia da América Latina.
A empresa contratou Eduardo Loja, ex-chefe de investimentos do private banking do JPMorgan para a América Latina, para abrir um escritório em Nova York. Andres Sinclair, outro ex-executivo do JPMorgan, e Álvaro Lopes da Silva Neto, ex-diretor financeiro do fundo de private equity GP Investments, estão se juntando à Legend em Miami.
“Todos eles têm mais de 20 anos de trabalho nos EUA, então podem nos ajudar a atender melhor aos brasileiros que buscam diversificar os investimentos no exterior”, disse Sergio Marini, presidente da Legend, em entrevista.
Veterano do private banking no Brasil, Marini, 52, disse que o setor está em “um momento que nunca vi antes, muito importante, com taxas de juros reais baixas aqui e no mundo”, o que alimenta a busca por assessoria de investimentos. O total de fortunas administradas localmente no Brasil cresceu 6,5%, para R$ 1,73 trilhão em junho em comparação com dezembro de 2020, de acordo com a Anbima, associação de mercados de capitais.
Esse crescimento ajudou a persuadir Marini a deixar a GPS Investimentos, afiliada do Julius Baer Family Office no Brasil, onde ele era sócio, para criar sua própria empresa em 2020. Ele ajudou a fundar a Legend em janeiro, e a empresa agora tem R$ 3,5 bilhões sob gestão, disse ele, acrescentando que esperava atingir esse montante apenas no final deste ano. A cifra pode chegar a R$ 6 bilhões no início de 2022, segundo Marini.
“Nesse mercado, se você realmente é independente de grandes empresas, pode atender melhor seu cliente”, disse Marini, que está se mudando do Rio de Janeiro para o escritório da Legend em São Paulo.
Marini foi fundador da Turim Investimentos, um dos maiores multifamily offices independentes do Brasil, em 1998. Saiu após 11 anos para construir o mesmo negócio no Banco BTG Pactual (BPAC11) e após sete anos mudou-se para a GPS, que já havia sido adquirida pelo banco Julius Baer, com sede em Zurique.
Foi na Turim que Marini utilizou os serviços do JPMorgan e conheceu Loja, que trabalhou quase 11 anos no banco com sede em Nova York. Loja também teve passagens pelo Citi e pelo UBS em Nova York. Sinclair passou mais de 15 anos na Genesis Investment Advisors antes de ingressar na Legend.
Os brasileiros tinham cerca de R$ 70,8 bilhões em fundos locais que investem no exterior em junho, um aumento de 8% em relação a dezembro, segundo a Anbima.
A Legend Wealth Management tem atualmente cerca de 40 funcionários e o plano é continuar contratando, disse Marini, acrescentando que a equipe poderá chegar a ter cerca de 50 pessoas até o final de 2021. No início deste ano, a empresa contratou a equipe comercial da concorrente GGP Family Office, o braço de private banking do banco Brasil Plural SA, incluindo Fernando Barrozo, Mariana Chaves e Flavia Lobão.
Outros sócios da Legend Wealth Management incluem o empresário brasileiro e publicitário Roberto Justus e o veterano investidor Sergio Eraldo Salles, que fundou a Bozano Investimentos, agora conhecida como Crescera Capital, com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Guedes vendeu sua participação na Bozano em 2018. Justus e Eraldo Salles são conselheiros da Legend Investimentos, empresa de assessores autônomos de investimentos com acesso à plataforma digital do Banco BTG Pactual.