Gestora de fortunas Carpa planeja abrir escritório em Miami
A gestora de fortunas Carpa Patrimonial se prepara para uma expansão mais agressiva que inclui a abertura de um escritório em Miami.
A ideia é levar adiante o projeto assim que as restrições relacionadas à pandemia do coronavírus acabarem, disse o sócio e diretor comercial da Carpa, Marcelo Fleury.
A empresa, com sede no Rio de Janeiro, possui hoje R$ 4 bilhões em fortunas sob gestão e tem infraestrutura suficiente para gerir até R$ 20 bilhões, total que pode ser atingido em um período de cinco a dez anos, disse o presidente Ian Dubugras em uma entrevista.
A Carpa contratou Fleury em fevereiro para ajudar nos planos de crescimento, principalmente em São Paulo, onde a empresa também possui um escritório. A expansão em Miami será parte fundamental da estratégia.
“Faz mais sentido abrir um escritório lá do que em outro Estado do Brasil, porque em Miami você tem uma concentração maior de brasileiros ricos em uma área menor”, disse Dubugras, ex-presidente do Bank of America Corp no Brasil. “Os brasileiros que moram em Miami tem casa lá, outros imóveis, lancha, carros, funcionários, além de precisarem de vários serviços de câmbio para pagar essas despesas,” disse ele.
A gestora de recursos, que tem 40 funcionários, oferece aos clientes ricos serviços que vão além de assessoria de investimentos e gestão de fortunas, incluindo pagamento de funcionários e contas, gerenciamento na reforma de imóveis e assistência na manutenção de barcos, aviões, helicópteros e carros.
Também tem uma parceria com a Nevastar Finance, uma multifamily office com sede em Londres, que gere os ativos líquidos dos clientes da Carpa no exterior.
A Carpa foi criada em 2015 por vários sócios, entre eles o diretor estratégico de investimentos Celso Colombo Neto. Ele é filho do fundador da fabricante de biscoitos Indústria de Produtos Alimentícios Piraquê, que foi vendida em 2018 por R$ 1,55 bilhão para a M. Dias Branco (MDIA3). A multifamily office tem como foco clientes com pelo menos R$ 10 milhões em ativos líquidos.
O setor de private banking do Brasil tinha R$ 1,38 trilhão em ativos sob gestão em agosto, 5,3% a mais do que em dezembro, de acordo com a Anbima, a associação dos mercados de capitais do país.
Empreendedores ricos estão ficando mais ricos na esteira de uma enxurrada de ofertas iniciais de ações. Os IPOs somam R$ 23,6 bilhões neste ano, mais que o dobro do valor registrado no mesmo período de 2019, segundo dados compilados pela Bloomberg.