Gestora Ashmore dribla crise argentina e capta US$ 2,4 bi
A Ashmore, gestora de ativos focada em mercados emergentes, driblou a recente turbulência na Argentina e registrou o 11º trimestre consecutivo de entradas de recursos.
A empresa com sede em Londres captou US$ 2,4 bilhões nos três meses até setembro, segundo comunicado divulgado na segunda-feira. Os ativos sob gestão ficaram praticamente estáveis, em US$ 91,9 bilhões, com desempenho de investimento negativo de US$ 2,3 bilhões.
A Ashmore se destaca entre outras gestoras de recursos que estão perdendo clientes para fundos passivos de rastreamento de índices, que normalmente têm menor custo. O sucesso da empresa sugere que, em um setor sob pressão, a gestora pode pagar para se especializar, mas a onda vendedora na Argentina mostra que a empresa ainda é vulnerável à volatilidade nos mercados emergentes.
Investidores fugiram de ativos argentinos depois que o presidente pró-mercado Mauricio Macri foi derrotado nas eleições primárias em agosto pelo candidato da oposição, Alberto Fernández, o que provocou temores de outro default da dívida soberana. A votação, vista como uma prévia das eleições presidenciais do país em 27 de outubro, provocou uma queda nos valores dos títulos e do peso argentino.
O Ashmore Emerging Markets Short Duration Fund, com ativos de US$ 7,5 bilhões, que tem a dívida argentina como uma de suas 10 principais posições, acumula baixa de 7% desde o fim de julho, segundo dados compilados pela Bloomberg. Os títulos de 100 anos da Argentina eram negociados a 46,8 centavos de dólar na sexta-feira, ante 76,5 centavos no final de julho.