Market Makers

Gestor vê elétrica barata e com ótimos retornos; ‘não entendo porque está nesse preço’

07 jun 2024, 14:03 - atualizado em 07 jun 2024, 14:53

A Eletrobras (ELET6) não tem um 2024 dos sonhos. No ano, o papel cai 13%. E quando se observa um recorte maior, percebe-se que o papel pouco andou ou andou de lado. Desde a sua privatização em junho de 2022, por exemplo, a ação acumula queda de cerca de 20%. Para o gestor Gustavo Constantino, fundador da Távola Capital, os atuais níveis de preços da elétrica parecem injustificados.

Em episódio do Market Makers, Constantino revelou que o papel é uma das maiores posições da carteira. De acordo com ele, a elétrica está com o preço de tela ‘descolada do valor’.

“Achamos uma grosseria muito grande que está acontecendo, no sentido de gordura de investimento. Uma empresa que, de fato, passou por alguns eventos que você consegue realmente explicar uma destruição de valor ou uma perda de valor em algum momento, mas não na magnitude que está sendo”, coloca.

O convidado lembra que enquanto a empresa possui um TIR (Taxa Interna de Retorno) de 16%, outras transmissoras da bolsa negociam a TIR de 5% a 6%. Cerca de 35% do valor da Eletrobras vem de transmissão.

“Enxergamos muito valor, não entendemos o porquê estar nesse preço”

Enquanto isso, o mercado livre de energia está com uma tendência de melhora. Hoje, os preços rodam na casa dos R$ 80, mas para a gestora eles podem chegar a R$ 120. Isso em uma perspectiva conservadora. Os valores já bateram em R$ 150, lembra.

Outro ponto é a gestão da Eletrobras. Em outubro do ano passado, a elétrica anunciou Eduardo Haiama como CFO, que já trabalhou na Equatorial (EQTL3) e conhece o setor. “Esse benefício da dúvida pode ser dado”, completa.

Governo vs Eletrobras

Para Constantino, parte do desconto da empresa se deve ao entrevero com o Governo Federal. A gestão Lula contesta a composição da companhia — a União possui quase 35% das ações, porém exerce apenas 10% dos votos no conselho.

“Toda a discussão com o governo, esse conflito do ponto de vista de discussão da privatização é muito sem pé nem cabeça, mas vamos caminhar para alguma resolução pacífica do ponto de vista de chegar a um acordo. Existem partes econômicas nesse acordo que podem ser endereçadas para resolver. Encaminhando isso, tira o ruído que afugenta investidores”, completa.

Menos um esqueleto?

Nesta sexta, porém, a Eletrobras ganhou um “presente” na véspera de completar dois anos da privatização. Isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu uma cobrança de R$ 3,59 bilhões em uma ação de cobrança do Estado do Piauí.

Relator da Ação Cível Originária nº 3.024, o ministro Luiz Fux acolheu o pedido da Eletrobras e suspendeu a execução da sentença até o trânsito em julgado do processo.

“Assim, fica afastada, nesse momento, qualquer medida coercitiva contra a Eletrobras no sentido da cobrança”, de acordo com comunicado da companhia.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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