Market Makers

Gestor que deixou Ibovespa comendo poeira abre carteira para 2024; veja 20 ações

19 jan 2024, 12:12 - atualizado em 19 jan 2024, 12:18

O gestor da Norte Asset, Gustavo Salomão, foi o mais novo convidado do Market Makers.

No episódio, o convidado conta as expectativas e o que está fazendo para se preparar para 2024. Em 2023, um dos fundos da gestora, o Norte Long Bias, por exemplo, deixou o Ibovespa comendo poeira. Enquanto o índice subiu 16.61%, o Long Bias disparou 49%.

Na entrevista, Salomão diz que aumentou aposta na Sabesp (SBSP3) e que a empresa é a principal tese da gestora para o ano. A empresa passa por uma privatização, já aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo.

“Achamos que vai ter uma mudança regulatória favorável com a Sabesp, antes da desestatização propriamente dita”, coloca.

O gestor também gosta de bancos. “Temos Itaú (ITUB4), saímos do BTG (BPAC11) porque andou muito. Continuamos com o Nubank (NU) e temos Banco do Brasil (BBAS3)”, discorre.

Salomão lembra que o BB chegou a ser a sua maior posição no primeiro semestre de 2023, quando havia forte ceticismo com estatais devido o governo Lula. Porém, a ação disparou e a gestora se desfez do papel. Em dezembro, uma nova janela se abriu, quando o banco subiu menos que o Ibovespa e outros pares do setor.

“Vimos que outros bancos haviam andado mais e ele ficou um pouco para trás e estava mais barato. Dado esse cenário melhor, valeria voltar para o Banco do Brasil, compondo com Itaú e Nubank”, justifica.

Veja o episódio na íntegra:

Ações que ganham com os juros

Para 2024, o gestor foca em empresas que se beneficiam da queda de juros, que tenham crescimento de lucro relevante e que fizeram o dever de casa do ponto de vista de corte de custos.

Entre os papéis, Salomão cita Hapvida (HAPV3), Oncoclínicas (ONCO3) e Fleury (FLRY3). Em educação, Ânima (ANIM3). “A mais alavancada e a que ficou mais para trás. Ela estava em processo de vendas de ativos”, comenta.

Localiza (RENT3) e Rumo (RAIL3), e, no setor elétrico, Eletrobras (ELET3), Copel (CPLE6), Energisa (ENGI11) também foram mencionadas.

“Sempre pensando em empresas que vêm entregando resultados bons e que a gente vai ver essa arrolagem de múltiplos mais para frente”, coloca.

No setor de construção e de shoppings, a gestora possui Cury (CURY3), Direcional (DIRR3), Cyrela (CYRE3). “Na tese de shopping, principal cavalo é Iguatemi (IGTI3), mas temos um pouco de Allos (ALOS3) e Multiplan (MULT3)”, comenta.

PagSeguro (PAGS; PAGS34) foi lembrada. “Se beneficia da queda dos juros e vimos indicadores de TPV mais fortes”, discorre.

Em commodities, a gestora possui PRIO (RRRP3), mas não Petrobras (PETR4).

“Em petróleo não estamos tão positivos. O mundo está em desaceleração e estamos com uma série de conflitos no Oriente Médio. Minério temos um pouco de posição, sustentou em um nível mais alto. Os estoques na China estão baixos. Vemos minério mais resiliente”, coloca.

E o short?

Do lado da aposta na queda, o gestor revela que possui pequena posição short em MRV (MRVE3). A ação despencou 30% no ano diante da expectativa de resultados mais fracos.

“Víamos a empresa mudar o discurso em relação ao resultado futuro, na parte de resultado financeiro. Ela começou a indicar que o resultado financeiro ia piorar bastante, e a expectativa do lucro iria cair”, completa.

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