Market Makers

Gestor que bateu mercado revela a empresa mais segura da Bolsa — que pode pagar bons dividendos em 2023

22 dez 2022, 20:01 - atualizado em 22 dez 2022, 20:20

O ano de 2022 termina com a carteira da maioria dos gestores no vermelho diante das incertezas econômicas e do cenário político adverso. Porém, nem todos as gestoras se saíram mal.

No último episódio do Market Makers do ano, Thiago Salomão e Matheus Soares conversaram com dois gestores que conseguiram ganhos no ano em meio ao caos dos mercados: Tiago Cunha, da Ace Absoluto, e Christian Faricelli, do Absolute Long Biased.

O fundo sobe 12,43% no ano, contra alta de 3% do Ibovespa, sendo que Faricelli fez 60% dos ganhos de 2022 em posições vendidas.

Durante o bate-papo, os gestores contaram as estratégias vencedoras, como o investimento em um setor que promete bombar nos próximos anos, e o que estão fazendo com as estatais diante do governo Lula.

Clique para ouvir o episódio na íntegra:

Empresa mais segura da bolsa

Faricelli diz que gosta do setor elétrico e, entre as empresas, coloca a Alupar (ALUP11) como a mais segura da Bolsa. Apesar disso, ele diz que o papel não representa uma grande posição no portfólio.

“A empresa é uma hedge (proteção) de inflação perfeito. A qualidade dos gestores, é uma empresa de dono, que ao longo do tempo vem gerando valor. Ficamos muito confortável de ter porque se não gera valor, ela vai devolver para o acionista”, discorre.

Na semana passada, a companhia arrematou o lote 6 de leilão do governo, com um deságio de 6%.

“Fazia dois anos que não ganhava nenhum leilão, agora abriu uma oportunidade e ela foi lá e ganhou um lote que parece ter agregado valor. É um setor que gosto bastante”, completa.

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Boas perspectivas de dividendos

Além disso, a elétrica é apontada como uma ação promissora quando se trata de dividendos. Recentemente, a empresa aprovou uma nova política, que prevê pagamento mínimo de 50%.

O analista da Empiricus, Fernando Ferrer, elegeu a companhia como a grande pagadora de proventos de 2023.

Ele lembra que a empresa, constituída em 2007, passou por longos ciclos de crescimento nos últimos anos, participando de leilões e com uma agenda de M&A aquecida, de modo a se consolidar como um dos players mais importantes do segmento no Brasil.

“Agora, com grande parte dos investimentos dos projetos já desembolsado, a empresa muda de estágio e, ao invés de reinvestir o caixa gerado em novos projetos, passará a redistribuí-lo para seus acionistas. Em nossa visão, essa mudança a transformará em um dos grandes players de dividendos para o ano que vem (e para frente)”, diz em sua coluna para o Money Times.

Para o ciclo de 2022 a 2024, o banco Safra estima uma TIR (Taxa Interna de Retorno) de 9,4% para a empresa e um dividend yield médio de 7,3%.

“O início de projetos deve impulsionar os resultados operacionais da empresa, reduzindo a alavancagem e abrindo espaço para distribuição de dividendos ou projetos de crescimento futuro”, avalia.