Mercados

Gestor Lewis Kaufman vê década difícil para mercados emergentes

14 jul 2020, 14:48 - atualizado em 14 jul 2020, 14:48
China
A China, atingida antes pela pandemia de Covid-19 e que agora se recupera mais rapidamente do que muitos países ocidentais, é uma exceção (Imagem:Reuters)

Investidores do fundo de renda variável de mercados emergentes de Lewis Kaufman quadruplicaram os retornos do índice de referência nos últimos cinco anos. Isso não significa que o responsável pelo feito esteja otimista em relação a essa classe de ativos.

Kaufman, que administra os US$ 5,2 bilhões do fundo Artisan Developing World, disse que as pessoas que adotam a abordagem tradicional de investir em países menos industrializados ficarão decepcionadas com seus retornos.

A China, atingida antes pela pandemia de Covid-19 e que agora se recupera mais rapidamente do que muitos países ocidentais, é uma exceção.

A segunda maior economia do mundo desenvolveu um ecossistema confiável para inovação e abriga algumas ações atraentes, disse.

“Acho que a maioria dos mercados emergentes terá dificuldades ao longo de cinco a dez anos”, disse Kaufman, de 44 anos. “Uma quantidade desproporcional de valor está relativamente em poucos países e empresas”, afirmou em entrevista.

Desde o lançamento em junho de 2015, seu fundo de países em desenvolvimento acumula retorno de 116%, superando o retorno de 29% do índice MSCI Emerging Markets, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Ralis de empresas de comércio eletrônico, incluindo a Sea, em Cingapura, e o MercadoLibre, em Buenos Aires, ajudaram a melhorar o desempenho de Kaufman em 2020.

O gestor, que trabalha em São Francisco, atribui seu sucesso a apostas concentradas, em vez de jogar com ponderações de referência.

“Se eu não acho que a África do Sul ou México ou Índia ou Brasil são lugares que serão bons para o capital, acredito que não preciso necessariamente investir lá”, disse.

Quase 36% de seu fundo é investido na China, enquanto outros 26% são dedicados a empresas americanas, como a Visa, que tem negócios em países em desenvolvimento, de acordo com documentos regulatórios do fundo em 31 de março. Outras nações com maior peso incluem Países Baixos, Índia e Argentina, segundo os documentos.

Kaufman disse que as ações chinesas se beneficiam de mão de obra qualificada e altas taxas de poupança. O índice Shanghai Composite subiu 20% em dólar no último mês, quando partes do país emergiram de bloqueios.

Mas outras economias de países em desenvolvimento podem registrar quedas do produto potencial devido à falta de investimento em capital humano, disse.

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