Gestor espera sinais de Lula para encher carrinho com Petrobras (PETR4); ‘Não tem nada parecido’, diz
A Petrobras (PETR4) segue como uma das principais e controversas empresas da Bolsa. Há investidores que não querem nem ouvir o nome devido ao risco estatal. Já outros avaliam a companhia como barata, apesar de não descartarem o risco.
No 28º episódio do Market Makers, apresentado por Thiago Salomão e Renato Santiago, os gestores André Lion, da Ibiúna, e Camilo Marcantonio, da Charles River, explicam por que ainda mantém Petrobras na carteira.
Lion reduziu exposição ao papel após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu mexer na política de preços e de dividendos da companhia.
“O que mudou na equação foi o risco, passamos a ter um governo muito mais vocal e contrário às práticas de mercado. Isso muda o perfil de risco”, coloca.
Porém, o gestor diz que a empresa não irá retomar o período Dilma Rousseff, quando chegou perto de quebrar.
Veja o episódio na íntegra:
Na época, a estatal havia perdido mais de US$ 131 bilhões em valor de mercado, com uma dívida que somava US$ 398 milhões. Hoje, a dívida está abaixo de US$ 60 bilhões.
Contudo, ele alerta que a companhia pode piorar. ” Se o risco sobe, diminuímos a exposição”, discorre.
Mesmo assim, Lion acha que “as mudanças podem não ser tão profundas assim”. Ele aguarda o processo de troca da estatal para saber se eleva posição em Petrobras.
O governo indicou Jean Paul Prates para a presidência, nome elogiado pela experiência, mas temido pelas críticas sobre a política de preços.
Até o momento, Prates promete que a Petrobras não irá desvincular seus preços de combustíveis dos valores internacionais, mas deixará de seguir o preço de paridade de importação (PPI) para calcular as cotações de venda de seus produtos refinados.
Veja o episódio na íntegra:
“Tivemos uma troca de governo. Alterações vão acontecer, mas é preciso entender se essa alteração é cosmética para responder aos eleitores. Só que precisa fazer sentido do ponto de vista econômico”, coloca.
Para ele, o valuation (valor) da Petrobras não tem nada parecido no mundo, com ativos e com o mercado que possui.
Marcantonio, da Charles River, vai pelo mesmo caminho ao dizer que a estatal está barata.
“Precisamos lembrar que a Petrobras é muito grande. Não será o investimento de R$ 5 bilhões que irá afetá-la. As margens de segurança são muito maiores do que isso. Temos uma empresa negociando a 2x o Ebitda. Quando esse preço derreteu, a gente recomprou uma posição. Para perder valor, precisa ser algo muito grande, com subsídio grande”, completa.
A Petrobras, que atingiu máximas de R$ 37, hoje negocia a R$ 25, um tombo de 32%.
Veja o episódio na íntegra: