Gerdau (GGBR4) está posicionada para enfrentar ‘tempestade’, mas e os dividendos? Vale comprar?
A Gerdau (GGBR4) entregou resultados robustos no terceiro trimestre do ano (3T23), em meio a condições de mercado desafiadoras, avaliam analistas.
“Os resultados do 3T23 mostram que Gerdau segue atuando de forma a mitigar ao máximo qualquer deterioração no nível atual de suas margens”, afirma Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos.
Ainda assim, os números continuaram a desacelerar, justamente, pelo ambiente nacional desafiador, especialmente após a alta nas importações de aço. Além disso, a Gerdau mencionou a pressão na divisão de aços especiais devido à fraca demanda do setor automobilístico no Brasil e nos Estados Unidos.
No entanto, Caio Greiner e Leonardo Correa, do BTG, ressaltam que a Gerdau está “bem posicionada para enfrentar a tempestade”. “A exposição da Gerdau a fundamentos sólidos na indústria siderúrgica norte-americana deverá proporcionar alguma resiliência ao fluxo de lucros da empresa”, dizem.
Ativa tem recomendação neutra para Gerdau, com preço-alvo em R$ 32,00. Já o BTG indica compra das ações, com alvo em R$ 33, mas, devido ao balanço subalavancado, reitera a preferência por Gerdau Metalúrgica (GOUA4).
Os destaques da Gerdau no 3T23
Com uma queda trimestral de 9% na produção e de 6,1% nas vendas, Gerdau apresentou receitas 1,4% inferiores às expectativas, avalia Arbetman, da Ativa.
Ainda assim, com custos 2,4% inferiores, a companhia apresentou uma margem bruta superior à projetada. Ademais, a evolução de apenas 0,1 ponto percentual da relação entre vendas, despesas gerais e administrativas (SG&A) e receitas não impediu que a margem Ebitda superasse a modelagem.
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O fluxo de caixa livre (FCF) foi o principal destaque da Gerdau no trimestre. A alavancagem permanece em níveis baixos — a dívida líquida está agora em R$ 5,5 bilhões.
Mas, embora a companhia continue apresentando geração sólida, o BTG destaca que os dividendos ficaram abaixo das expectativas.
“A empresa também anunciou dividendos no valor de R$ 822 milhões, o que ficou 50% abaixo da nossa previsão, e levou a uma redução adicional na dívida líquida para apenas R$ 5,5 bilhões”, afirmam Greiner e Correa, do BTG.