Comprar ou vender?

Gerdau (GGBR4) está barata e pode entregar bons dividendos, vê Goldman Sachs

29 ago 2024, 17:13 - atualizado em 29 ago 2024, 17:13
Gerdau
(Imagem: iStock.com/Leila Melhado)

A ação na Gerdau (GGBR4) ainda não engatou no ano, com queda de 5% no período, o que pode abrir uma janela para investidores, destaca o Goldman Sachs em relatório enviado a clientes.

De acordo com os analistas Márcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques, a ação parece ‘desacoplada dos fundamentos’.

O banco reiterou compra com preço-alvo de R$ 25 para os próximos 12 meses, o que abre potencial de 35% ante o último fechamento.

Para o trio, o desempenho apático no ano pode ser explicado pela baixa no setor de minério de ferro e do aço da China, bem como pelas preocupações dos investidores sobre a potencial lucratividade da América do Norte.

Apesar disso, os analistas afirmam que as margens da Gerdau na América do Norte mostraram-se mais resilientes do que o esperado, enquanto as margens do Brasil têm apresentado tendência ascendente devido a uma combinação de melhores preços e menores custos.

Entre os pontos de otimismo com o papel, o Goldman cita:

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  • a Gerdau está amplamente isolada da volatilidade do minério de ferro (sendo totalmente integrada);
  • margens resilientes nos EUA operando em um nicho de mercado com exposição a potencial retomada de investimentos em infraestrutura;
  • está desalavancada (poucas dívidas), o que pode abrir programa de recompra;
  • um ciclo de investimento de R$ 6,6 bilhões (18% do valor de mercado) a ser concluído até o final do ano de 2026 pode gerar algum Ebitda incremental.

Gerdau: Dividendos e ações baratas

A Gerdau também anunciou recentemente que R$ 1,8 bilhão (ou 5% do valor de mercado) de depósitos judiciais retornarão ao balanço da empresa devido a uma decisão judicial favorável. “Em nossa visão, isso aumenta a capacidade de recompra e dividendos”

Assumindo o desacoplamento dos fundamentos, “vemos os níveis atuais como uma oportunidade de compra atraente, com a empresa sendo negociada a um rendimento de 8/10% FCF (fluxo de caixa) em 2025/26 (ou 14/15%
excluindo despesas de capital de expansão)”.

Goldman não é o único

No mês passado, o Itaú BBA também reafirmou preferência pelas ações da Gerdau. Segundo os analistas, a empresa é a principal escolha no setor de siderurgia e mineração da América Latina. A equipe cita:

  • melhoria do dinamismo operacional no segundo semestre;
  • avaliação atrativa, com uma vantagem de DCF (desconto de fluxo de caixa) de 38% e EV/Ebitda (valor de mercado sobre resultado operacional) de 3,4 vezes, o que está significativamente abaixo da média de
    5,0 vezes dos últimos 10 anos, e também inferior aos pares no Brasil e nos EUA;

“Acreditamos que os resultados do segundo trimestre marcaram um ponto de virada para o Ebitda da companhia neste ciclo, com a melhoria da margem advinda principalmente da redução de custos”, diz.

Para a equipe, o fluxo de caixa será de 9% em 2025, abrindo caminho para dividendos sólidos e para a execução do programa de recompra recentemente anunciado.