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Gerdau (GGBR4): Brasil deve se destacar frente aos EUA no 4T24 e Trump pode ajudar margens no 1T25, diz Genial

17 fev 2025, 16:14 - atualizado em 17 fev 2025, 16:14
gerdau ggbr4
(Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration)

Gerdau (GGBR4) deve reportar uma receita líquida de R$ 16,3 bilhões no quarto trimestre de 2024 (4T24) na quarta-feira (19), de acordo com a Genial Investimentos. O número representa um avanço de 10,8% no comparativo anual.

Segundo os analistas, o resultado é reflexo dos recentes ajustes operacionais e da queda trimestral nos embarques consolidados. Em termos regionais, o segmento “ON Brasil” deve ser o destaque positivo, com embarques estimados em 1.278Kt, avanço de 0,7% em um ano, impulsionado pela demanda doméstica resiliente em setores como construção civil e infraestrutura, bem como pelo direcionamento estratégico para exportações em um ambiente cambial favorável.

Por outro lado, o segmento “ON América do Norte” deve apresentar dificuldade, com embarques projetados em 914Kt Genial Est, avanço de 3,3% no comparativo anual, impactados pela sazonalidade, manutenção de usinas e descontos agressivos, especialmente em contratos de fim de ano.

O Ebitda ajustado consolidado é projetado em R$ 2,1 bilhões, queda de 29,3% no trimestre e de 0,1% em um ano, evidenciando margens mais comprimidas em decorrência da baixa capacidade de diluição de custos na ON América do Norte, e dos desafios comerciais com relação a preço na ON Brasil.

“O lucro líquido, por sua vez, é estimado em R$ 704 milhões, crescimento de 19,7% ante o 4T23, sinalizando uma forte desaceleração trimestral (parcialmente típica para 4Ts), mas uma recuperação anual impulsionada pelos ganhos de eficiência no Brasil e pelos sólidos ajustes operacionais”, explicam Igor Guedes, Luca Vello, Isabelle Casaca e Iago Souza.

GGBR4: Projeções para o 1T25 e tarifas de Trump

Para o 1T25, a Genial espera a estabilização dos preços e volumes em algumas regiões, com uma recuperação gradual das margens ao longo de 2025.

Medidas anunciadas recentemente sobre taxação de 25% para aço bruto exportado para os EUA pela administração Trump pode ajudar a recuperação na ON América do Norte, além do efeito adicional de R$ 1 bilhão no Ebitda em 2025 pelo programa de corte de custos na ON Brasil.

“Como as exportações da Gerdau do Brasil para os EUA são imateriais, mediante a operação da ON América do Norte, em geral o impacto para a companhia é positivo. Entendemos que isso poderá levar a uma recomposição das margens locais via maior poder de precificação e eventual elevação da capacidade produtiva, uma vez que o setor de aço nos EUA segue enfraquecido, operando com 70-75% de sua capacidade instalada”.



Com isso, ao fazer um exercício para entender os efeitos tarifários, a Genial indica que a elevação de 5% no preço realizado de vendas da Gerdau nos EUA pode resultar em uma aceleração de +12% no Ebitda da ON América do Norte.

“Por outro lado, um efeito que acreditamos que ainda não está no radar da maioria dos investidores é que as cotas de importação e as barreiras comerciais dos EUA podem ampliar a oferta de aço no Brasil, seja das usinas domésticas de médio de porte ou de grande porte não listas (ArcelorMittal do Brasil, por exemplo), que redirecionavam aço para lá, seja de usinas de outros países, como China”, completam.

Para os analistas, esse cenário pode levar a continuidade da guerra de preços no Brasil, comprometendo a estabilização observada no 4T24, com aços planos sendo os mais afetados.

A Genial conta com uma recomendação de compra para ação (preço-alvo de R$ 23,40 e potencial de alta de 33,11%), ratificada pelo EV/Ebitda de 3x (bem abaixo da média histórica de 5x)

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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