Geradoras privadas: realidade do setor não é mais tão sombria, diz Ágora
Após ficar meses sem atualizar a tese de investimento das geradoras privadas devido à alta volatilidade causada pela pandemia de covid-19, a Ágora Investimentos atualizou ontem (20) os preços-alvos das empresas do setor.
Saindo de um cenário altamente incerto, a corretora defende agora que a realidade já não é mais tão sombria para Cesp (CESP6), Ômega Geração (OMGE3), AES Tietê (TIET11) e Engie Brasil (EGIE3).
“A demanda de eletricidade, que em algumas semanas caiu 15% no comparativo anual, já teve recuperação, para queda atual de 5%”, destacam os analistas Francisco Navarrete e Ricardo França. “Além disso, as geradoras não viram impactos significativos nos contratos”.
No contexto atual, a preferência recai sobre Cesp e Ômega, que podem compensar o déficit na geração de energia com preços mais baixos do que a energia vendida.
Navarrete e França ressaltam que a companhia energética de São Paulo está resolvendo seus problemas com litígios, o que pode torná-la uma boa geradora de caixa, enquanto a Ômega segue com um valuation atrativo e uma perspectiva bastante otimista para processos de fusões e aquisições nos próximos anos.
A recomendação para ambos os papéis é de compra, com novo preço-alvo de R$ 36 para Cesp e de R$ 44 para Ômega.
Valuation justo
Para as ações da AES Tietê e da Engie Brasil, a Ágora adota recomendação neutra, com preços-alvos de, respectivamente, R$ 15,50 e R$ 41. Segundo a corretora, as empresas contam com ótimos rendimentos de dividendos, mas o valuation é justo.
“A Engie Brasil continua a obter um prêmio em boa governança corporativa, bem como a opção de crescimento do gasoduto TAG (representando R$ 2,9/ação no preço-alvo). A AES Tietê negociava com desconto, mas desde que recebeu a oferta hostil de aquisição da Eneva, esse não é mais o caso”, explicam Navarrete e França.