Geração T: a revolução da inteligência artificial e os caminhos para os negócios
Você sabia que pertence à “geração T”? Esse grupo diverso, que não se restringe a uma faixa-etária específica, diz respeito a todos nós que experimentamos as transformações tecnológicas em curso. Somos a “geração da transição”.
O conceito foi apresentado pela futurista norte-americana Amy Webb no 34º Febraban Tech — congresso realizado no final de junho, em São Paulo.
Para a especialista, a sociedade atravessa um período de disrupção — impulsionado pela inteligência artificial (IA) — e sairá muito diferente desta travessia. Até lá, enquanto forjam o futuro, pessoas e negócios, de todas as áreas, examinam oportunidades e buscam respostas.
Afinal, como se adaptar ao novo cenário? Fato é que não há receita de bolo. Mas as discussões endereçadas pelo principal evento de inovação do setor bancário e financeiro do Brasil apontam alguns caminhos.
Um tanto abstrato à primeira vista, o conceito de IA, quando aplicado aos negócios, ganha contornos mais definidos. Para citar casos concretos, aproximo essa discussão da minha área de atuação: o direito bancário ou, mais especificamente, a recuperação de crédito.
Nesta seara, algumas tendências foram confirmadas pela Febraban Tech deste ano. Destaco aqui o uso de dados voltado à análise preditiva e à personalização, recursos que permitem às empresas de crédito antecipar riscos e tratá-los de forma mais assertiva.
Capaz de processar rapidamente grande volume de informações e identificar padrões de comportamento, a inteligência artificial já consegue estimar, por exemplo, a probabilidade de inadimplência de determinado consumidor, e avaliar, com agilidade e precisão, pedidos de empréstimo a bancos. Mas não só. Quando a recuperação de crédito se faz necessária, a IA também entra em cena como aliada dos escritórios de cobrança de dívidas, mapeando o perfil do cliente devedor.
Neste caso, a tecnologia ajuda a aprimorar a estratégia de abordagem, desenhando, a partir da leitura de dados, propostas de pagamento sob medida. É a chamada personalização. Esse recurso, que se atém a particularidades, aumenta as chances de repactuação entre credor e devedor e torna a experiência de cobrança menos desconfortável para ambos. Um trunfo para as empresas.
Independentemente da área, são inúmeras as vantagens do aproveitamento da IA nos negócios, desde que acompanhada de ética e responsabilidade, com adoção de práticas transparentes, foco na proteção de dados e estabelecimento de uma relação de confiança com o cliente.
Trata-se de um ponto pacífico entre especialistas e com o qual concordo. Esses princípios sólidos e perenes, que sustentam a adoção de uma IA responsável, é que devem imperar, seja qual for a solução digital escolhida.
Por isso, arrisco dizer que, munido dessas ferramentas, qualquer negócio aberto à inovação e à cultura da curiosidade estará pronto para alcançar a sustentabilidade na era da “geração T” de Amy Webb. Estejamos prontos.