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Geração de energia a partir do lixo pode avançar além do mercado regulado, diz Aneel

08 dez 2021, 12:11 - atualizado em 08 dez 2021, 12:11
Hoje, existem 31 projetos de recuperação energética de resíduos outorgados pela Aneel, que somam 220 megawatts (MW) de potência (Imagem: Pixabay/ADD)

A geração de energia elétrica a partir de resíduos sólidos urbanos pode ganhar impulso além dos leilões regulados, em negócios envolvendo usinas híbridas com outras fontes e contratação direta pelas distribuidoras, disse nesta quarta-feira o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa.

Em seminário para discutir alternativas para a fonte, Feitosa disse que a Aneel enxerga “janelas regulatórias” que poderão viabilizar mais usinas de geração a partir do lixo no futuro.

Hoje, existem 31 projetos de recuperação energética de resíduos outorgados pela Aneel, que somam 220 megawatts (MW) de potência.

Embora várias iniciativas já viessem sendo estudadas nos últimos anos, o principal marco para a fonte foi o leilão de energia nova A-5 realizado em setembro deste ano, que contratou uma usina da Orizon Valorização de Resíduos.

Localizado em Barueri (SP), o empreendimento vendeu 12 MW no certame, ou 75% de sua capacidade total, e receberá investimentos de cerca de R$ 500 milhões.

Segundo o diretor da Aneel, já há outras formas de monetizar a geração a partir dos resíduos. Como exemplo, citou a modalidade de geração distribuída, mais conhecida por ter impulsionado a fonte solar no país.

Também podem ser oportunidades as usinas híbridas, que ganharam regulamentação pela Aneel há duas semanas, e a contratação direta pelas distribuidoras de energia, disse Feitosa.

Em relação ao último caso, a Aneel deverá concluir a regulação na última reunião de diretoria deste ano, acrescentou.

Despachável e limpa, a fonte é vista como uma alternativa para avançar na agenda ambiental, acelerando o fim dos lixões e reduzindo emissões de gases estufa, e para diversificar a matriz elétrica, possibilitando ainda uma redução de perdas de energia e a otimização dos sistemas de distribuição e transmissão.

Segundo o diretor da Aneel, já há outras formas de monetizar a geração a partir dos resíduos. Como exemplo, citou a modalidade de geração distribuída, mais conhecida por ter impulsionado a fonte solar no país (Imagem: Facebook/Aneel)

Também presente no seminário, o secretário de planejamento do Ministério de Minas e Energia, Paulo Cesar Domingues, afirmou que o governo continuará incentivando a fonte e habilitando-a nos leilões do mercado regulado.

A pasta também trabalhará na sustentabilidade econômico-financeira dos projetos, de forma que os custos dos empreendimentos, ainda mais altos do que outras fontes, não sejam totalmente alocados nos consumidores.

Ainda de acordo com o secretário, o MME incentivará outras tecnologias inovadoras, como hidrogênio verde e eólicas offshore. Ele reiterou a previsão de publicação de um decreto para permitir as eólicas no mar até o fim deste ano.