Combater pandemia ajudará economia a se recuperar mais rápido e reduzirá inflação, diz Georgieva
A pandemia de Covid-19 permanece sendo o maior risco para a economia global e está contribuindo para o aumento da inflação em muitos países, disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, nesta quarta-feira.
Georgieva pediu esforços redobrados para impulsionar a vacinação e reforçar as defesas contra o coronavírus, dizendo que isso ajudará a aliviar as interrupções na cadeia de suprimentos e combater a inflação, junto às altas de juros que agora estão sendo adotadas por bancos centrais.
“Política para a pandemia é política econômica”, disse ela. “O maior risco para o desempenho da economia mundial continua sendo, neste ano, a Covid e as disrupções que ela causa.”
A chefe do FMI admitiu que a inflação acabou sendo um “problema econômico e social mais significativo” do que o esperado, e disse que os economistas subestimaram o impacto do consumo represado e dos choques climáticos nos preços dos alimentos.
Georgieva destacou que as taxas de vacinação em 86 países não alcançaram a meta de ao menos 40% de suas populações em 2021, e que elas estão em apenas 5% em países de baixa renda, contra taxas de 70% da população vacinada em países ricos.
“Por que isso é um problema? Porque o que estamos fazendo é manter um terreno fértil para mais e mais variantes da Covid”, disse ela em evento organizado pelo Washington Post.
A chefe do FMI disse que as interrupções nas cadeias globais de oferta –que inicialmente se esperava serem controladas já na primeira metade de 2022– devem continuar por causa das restrições da Covid e outros fatores, incluindo demanda bem mais alta por bens de consumo como computadores e carros.
Ela alertou que o conflito entre Rússia e países do Ocidente sobre a Ucrânia já está elevando os preços da energia, particularmente na Europa, e complica o já incerto cenário para a economia global.
O FMI subestimou o impacto da mudança climática sobre os preços de alimentos, disse ela. “Precisamos reconhecer que estamos em um mundo mais propenso a choques, e temos que esperar que esses tipos de choques sejam um fator no futuro”, disse.