Internacional

FMI está pronto para ajudar países afetados por crise Rússia-Ucrânia, diz Georgieva

02 fev 2022, 13:28 - atualizado em 02 fev 2022, 14:37
Kristalina Georgieva
“Ainda temos capacidade para empréstimo de cerca de 700 bilhões de dólares”, disse a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva (Imagem: REUTERS/Mike Theiler)

O Fundo Monetário Internacional está pronto para ajudar os países que podem ser afetados por quaisquer efeitos colaterais de um eventual conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia e pelas sanções impostas por governos ocidentais, disse a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, nesta quarta-feira.

Georgieva disse em um evento do Washington Post Live que as sanções inevitavelmente interromperão algumas transações financeiras e o funcionamento do sistema financeiro, particularmente se o acesso da Rússia à rede de transações financeiras SWIFT estiver restrito.

“Se estivermos em uma situação em que haja impactos consequentes (de um conflito Russia-Ucrânia) que exijam mais engajamento do FMI para outros países, é claro que estaremos lá. Ainda temos capacidade para empréstimo de cerca de 700 bilhões de dólares”, disse Georgieva.

A chefe do FMI disse esperar uma solução diplomática para a crise pelo bem do povo ucraniano e pela necessidade de manter a recuperação econômica global.

A crise elevou os preços da energia, especialmente na Europa, e a interrupção da oferta de grãos da Ucrânia pode aumentar as pressões sobre os preços dos alimentos.

Georgieva explicou que o FMI tem cerca de 2,2 bilhões de dólares disponíveis em seu programa de empréstimo com a Ucrânia que podem ser desembolsados entre agora e junho. A Ucrânia recebeu uma parcela inicial de 700 milhões de dólares em novembro.

“Sob esse programa, a Ucrânia tem agido responsavelmente para ampliar as reservas. Ela tem também se beneficiado da alocação de Direitos Especiais de Saque que fizemos no ano passado. E, nesse sentido, vemos espaço para ajudar especificamente a economia ucraniana bem claro ao longo do próximo mês”, disse ela.

O FMI ajudará a avaliar o impacto de qualquer conflito e fará recomendações prudentes a países membros conforme a crise se desenrolar, disse ela.