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Genial atualiza preço-alvo e define top pick entre JBS (JBSS3), BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3)

04 fev 2025, 11:30 - atualizado em 04 fev 2025, 12:41
Fachada JBS na matriz da empresa, em São Paulo. (Divulgação/ JBS)
A Genial Investimentos atualizou suas estimativas para as ações dos principais frigoríficos: JBS, BRF, Marfrig e Minerva. (Imagem: Bigc Studio)

A Genial Investimentos reavaliou as ações dos frigoríficos e promoveu alterações no preço-alvo de todas as empresas analisadas. De acordo com a corretora, os resultados no quarto trimestre de 2024 (4T24) devem mostrar uma demanda aquecida, com aumento de embarques devido à sazonalidade favorável de fim de ano.

Segundo a corretora, as melhores opções de compra são BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3), enquanto a recomendação é neutra Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3). Dentre as preferências, a Genial define a BRF como a top pick do setor.

Para os analistas, a BRF se destaca por se concentrar em frango e suínos, que devem se favorecer em um cenário no qual o consumidor busca proteínas mais baratas, já que o boi deve continuar em alta. Além de estar bem posicionada no mercado, a empresa possui a menor alavancagem do setor, ou seja, tem a menor dívida.

Apesar de manter a recomendação de compra e apontar a BRF como a principal escolha, a Genial cortou o preço-alvo de R$ 29 para R$ 28, por considerar que a aceleração dos custos pode superar a alta dos preços no curto prazo. Ainda assim, deve ser o papel com maior valorização, com potencial de subir 29,93%.

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JBS (JBSS3) permanece atrativa

De acordo com a Genial, a JBS (JBSS3) é a segunda opção do setor, se destacando pela diversidade geográfica — opera nos Estados Unidos (EUA), Brasil e Austrália — e pela diversificação de proteínas, trabalhando com carne bovina, frango, suínos e, mais recentemente, ovos.

Em relação à carne bovina, as margens devem permanecer mínimas, sobretudo nos EUA, por conta do alto custo do gado no cenário atual. A corretora considera que o momento reflete a retenção de fêmeas, com os pecuaristas aproveitando altos preços para intensificar as vendas.

Para os segmentos de frango e suínos, tanto a Pilgrim’s Pride Corporation (PPC) e a USA Pork, subsidiárias nos EUA, quanto a Seara devem ter custos elevados com a alta de insumos como o milho, mas devem manter boas margens e elevar os embarques, em substituição à carne bovina mais cara.

Embora as ações da empresa já tenham se valorizado cerca de 48% no último ano, os analistas acreditam que há espaço para mais crescimento. O preço-alvo foi elevado para R$ 42,50, frente aos R$ 42 definidos anteriormente. Com isso, o potencial de valorização é de 17,85%.

Neutros para Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3)

Os analistas veem a Marfrig (MRFG3) posicionada para iniciar um ciclo de desalavancagem, mas o cenário desafiador nos EUA ainda gera dúvidas. Na América do Sul, a taxa de câmbio ainda favorável para exportações pode ajudar a equilibrar os números.

A Genial vê a empresa adotando estratégias de modernização e aumento de produtividade para resistir a momentos de baixa do ciclo de carne, como a expansão para mercados premium. Cerca de 80% do portfólio da National Beef, subsidiária nos EUA, já produz voltado para esse segmento.

A geração de caixa da BRF, controlada pela Marfrig, deve auxiliar a manter a alavancagem sob controle. A recomendação é neutra, mas o preço-alvo foi elevado para R$ 16 (o anterior era R$ 14,35), com potencial de valorização de 5,96%.

No caso da Minerva (BEEF3), o cenário também segue desafiador. A empresa foca na integração das 13 plantas adquiridas da Marfrig, localizadas no Brasil, Chile e Argentina e afirma que conseguiu capturar ganhos de eficiência. A alta do dólar impulsiona as receitas, mas o efeito é compensado pelo aumento de custo da dívida com a elevação dos juros.

Além das plantas já em funcionamento, a empresa trava uma batalha judicial com o Ministério de Economia e Finanças do Uruguai para aprovar a aquisição de outras três unidades no país. Diante do momento negativo, a Genial se mantém neutra, cortando o preço-alvo para R$ 5,70 (era R$ 6,80).

gustavo.silva@moneytimes.com.br