Geladeiras acima de R$ 5 mil? Medida ‘ESG’ do Governo pode encarecer preços; ‘prejudica os pobres’, vê entidade
Comprar geladeira abaixo de R$ 5 mil ficará mais difícil, conforme avaliação da Eletros, entidade que representa o setor.
Isso porque, conforme resolução publicada no início deste mês, o Ministério de Minas e Energia vai apertar as regras de eficiência energética que definem quais modelos de geladeiras e congeladores de uso doméstico podem ser vendidos no Brasil.
A entidade defende que a medida vai levar geladeiras de alto padrão a se tornarem a “comercialização dominante”, “custando em média de 4 a 6 vezes o salário mínimo nacional”, ou seja, valor entre R$ 5.280 e R$ 7.920.
“É necessário considerar a realidade brasileira. Infelizmente, com as novas regras, o consumidor de baixa renda será o mais prejudicado e, consequentemente, a indústria e seus colaboradores. Desinvestimentos e perda de centenas de postos de trabalho podem ocorrer nos próximos meses. Apresentamos ao governo estudos técnicos mostrando este cenário ruim para a economia do país, porém, infelizmente, não foram considerados”, argumenta Renato Alves, diretor da Eletros.
Com isso, a entidade prevê um aumento nos preços de entrada da geladeira, o que deve impactar principalmente a população de baixa renda.
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Regra de eficiência energética impacta mercado de geladeiras
Com a Resolução nº 2/2023, ficam definidos os seguintes Índices de Eficiência Energética (Ie): na Etapa 1, 85,5% do consumo padrão, de acordo com a norma de ensaio de desempenho da International Electrotechnical Comission IEC 62552:2007, e na Etapa 2, 90% do consumo padrão, de acordo com a norma de ensaio de desempenho IEC 62552:2020.
O Ministério de Mina e Energia defende que a nova resolução vai garantir que, a partir de 2028, os produtos que estarão disponíveis nas lojas sejam, em média, 17% mais eficientes que os disponíveis hoje no mercado nacional (valores estimados tendo como base refrigeradores de 1 porta de 200 litros de volume interno).
“Esta resolução traz um grande avanço nos esforços do país para a transição energética. Estamos nos alinhando às melhores práticas internacionais em termos de eficiência energética”, destacou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A resolução prevê que os produtos sigam as novas regras já a partir do dia 1º de janeiro de 2024, com permissão para vendas no padrão atual até o fim de 2024 por parte de fabricantes e importadores e até o final de 2025 no caso do atacado e varejo.