Agronegócio

Geadas atingem trigo gaúcho, mas Paraná tem área maior suscetível a perdas, diz Safras

21 ago 2020, 16:58 - atualizado em 21 ago 2020, 16:58
Trigo
O trigo em estágios iniciais ou próximo da colheita tem menos chance de sofrer perdas (Imagem: REUTERS/Carlos Barria)

Geadas atingiram o trigo do Rio Grande do Sul nesta sexta-feira, \e perdas estão sendo ainda avaliadas, embora o Estado gaúcho tenha uma área suscetível a quebra climática menor que o Paraná, onde o frio pode colocar em risco parte das lavoura nas próximas duas madrugadas, avaliou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado.

O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor de trigo no Brasil, tem cerca de 22% da área suscetível ao frio, disse o analista da consultoria Jonathan Staudt, durante videoconfederência.

“O Rio Grande do Sul teve geadas (na madrugada) de ontem para hoje, com possíveis perdas que vão ser contabilizadas nos próximos dias. Paraná ainda não teve, mas há previsão para o fim de semana”, afirmou.

O Paraná, líder na produção nacional de trigo, tem cerca de 80% das lavouras desta temporada em estágios suscetíveis a perdas por problemas climáticos, como geadas.

O órgão paranaense Simepar prevê geada de moderada intensidade para o sul do Estado na madrugada de sábado, e um fenômeno mais fraco para grande parte da faixa central do Paraná no mesmo dia.

Na madrugada de domingo, apenas uma parte ao sul do Estado terá geada, mas ela tende a ser fraca, incluindo os municípios de Guarapuava, Pato Branco e União da Vitoria, segundo previsão mais atualizada do Simepar.

O analista da Safras explicou que a diferença entre os cenários dos dois Estados está no calendário de plantio do cereal.

O trigo em estágios iniciais ou próximo da colheita tem menos chance de sofrer perdas.

“O Rio Grande do Sul está mais atrasado que o Paraná, embora dentro da média histórica”, disse.

Até domingo, o Brasil passará por uma frente fria que pode ser a mais intensa do ano, com ocorrência de neve entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, e geadas que podem se estender até São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Enquanto não há resultado sobre o efeito das adversidades climáticas sobre as lavouras de trigo, Staudt disse que seguem mantidas as previsões da consultoria, que espera produção nacional de trigo em 6,6 milhões de toneladas.

“Se alcançarmos esse volume, será a segunda maior colheita dos últimos anos, atrás apenas da temporada de 2016/17, que registrou 6,7 milhões de toneladas”, lembrou o analista da Safras & Mercado.

Caso perdas venham a ocorrer, aumentam as possibilidades de o Brasil aumentar suas importações, já que o país costuma produzir, nas melhores safras, cerca de metade do volume consumido.

Até o momento, a consultoria estima importação de 6,7 milhões de toneladas para o cereal neste ano comercial, enquanto o consumo interno previsto é de 12,5 milhões de toneladas.

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