Gastos do consumidor dos EUA aumentam com força em junho; inflação sobe
Os gastos do consumidor nos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em junho, com as vacinações contra a Covid-19 impulsionando a demanda por serviços relacionados a viagens e recreação, mas parte do crescimento refletiu preços mais altos, com a inflação anual acelerando ainda mais acima da meta de 2% do Federal Reserve.
Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, se recuperaram 1,0% no mês passado, após queda de 0,1% em maio, informou o Departamento do Comércio nesta sexta-feira.
Quase metade da população norte-americana foi vacinada contra a Covid-19, permitindo que as pessoas viajem, frequentem restaurantes, visitem cassinos, participem de eventos esportivos, entre outras atividades relacionadas a serviços que foram paralisadas no início da pandemia.
Embora os gastos com bens permaneçam fortes, o ritmo desacelerou em meio à escassez de veículos e alguns eletrodomésticos, cuja produção foi prejudicada pela escassez mundial de semicondutores.
Os dados foram incluídos no relatório do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre publicado na quinta-feira.
Os gastos do consumidor cresceram a uma taxa anualizada robusta de 11,8% no último trimestre, respondendo por grande parte do ritmo de crescimento de 6,5% da economia, o que elevou o PIB acima de seu pico, atingido no quarto trimestre de 2019.
Com a demanda ultrapassando a oferta, a inflação está subindo.
O índice de inflação PCE, excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, subiu 0,4% em junho, após avançar 0,5% em maio.
Nos 12 meses até junho, o chamado núcleo do PCE disparou 3,5%. O núcleo do PCE aumentou 3,4% ante o ano anterior em maio.
Economistas consultados pela Reuters projetavam um avanço de 0,7% nos gastos do consumidor em junho e alta de 3,7% no núcleo do índice de preços PCE. O núcleo do PCE é a medida de inflação preferida para a meta flexível de 2% do Fed.
O banco central dos EUA manteve na quarta-feira sua taxa de juros de referência próxima de zero e deixou seu programa de compra de títulos inalterado.
O chair do Fed, Jerome Powell, que atribuiu a alta da inflação a restrições de oferta, que surgem conforme a economia reabre, disse a repórteres que “esses efeitos de gargalo têm sido maiores do que o previsto, mas à medida que esses efeitos transitórios de oferta diminuírem, a inflação deve cair de volta a nossa meta de longo prazo.”
(Atualizada às 10h45)