Economia

Gastos cairiam pela metade em 2ª onda de Covid-19, diz Guedes

10 nov 2020, 13:41 - atualizado em 10 nov 2020, 13:41
Paulo Guedes
Segundo o ministro, o plano ainda é acabar com gastos insustentáveis, e o governo vai buscar novas alianças para acelerar as reformas econômicas (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Se o Brasil for atingido por uma segunda onda da Covid-19, o governo vai gastar, mas num patamar menor que o observado na primeira onda, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante evento Bloomberg Emerging + Frontier Forum 2020.

Os gastos durante uma segunda onda responderiam por 4% do PIB, ou cerca da metade da quantia atual, disse Guedes na terça-feira.

Segundo o ministro, o plano ainda é acabar com gastos insustentáveis, e o governo vai buscar novas alianças para acelerar as reformas econômicas, acrescentou, observando que o número de casos de coronavírus está em queda no país.

O Brasil enfrenta difíceis decisões políticas ao tentar sair da recessão causada pela pandemia. Os gastos de R$ 587 bilhões do governo com medidas emergenciais neste ano estimularam a demanda e salvaram empregos, ao mesmo tempo que impulsionaram a popularidade do presidente Jair Bolsonaro. Ainda assim, os mercados financeiros temem que a economia esteja à beira de uma crise orçamentária, e Guedes tem defendido um rápido retorno à austeridade.

“O Brasil estava decolando quando a Covid nos atingiu”, disse Guedes. “Essa confiança do mercado em nossa determinação de retomar as reformas estruturais é o que nos perdoa por sermos tão contundentes na resposta ao vírus.”

Crise orçamentária

O governo já sinalizou planos para tornar permanentes alguns dos gastos da pandemia por meio da criação de um programa social em 2021. O problema é que Guedes não convenceu investidores de que pode financiar essa iniciativa sem violar a lei do teto de gastos.

A dívida pública já se aproxima de 100% do PIB em meio ao financiamento do Tesouro de medidas para melhorar os serviços de saúde e fornecer auxilio mensal para trabalhadores informais.

À medida que o perfil da dívida do país se deteriora, muitos investidores evitam comprar ativos, com exceção de títulos de curto prazo emitidos pelo governo no mercado doméstico.

Reformas, privatizações

O Ministério da Economia prevê que a economia vai crescer 3,2% no próximo ano, embora Guedes tenha dito que esse número pode ser melhor. No foco de seus planos de recuperação está um conjunto de reformas, como a tributária e a orçamentária, bem como planos de levantar bilhões de dólares com a venda de estatais.

Guedes disse que as prioridades do programa de privatizações do governo incluem os Correios, a Eletrobras, Porto de Santos, além dos contratos da estatal do petróleo PPSA. O ministro quer que as empresas sejam privatizadas até o fim do ano que vem

Para Guedes, no geral o Brasil não terá problemas com a eleição de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos. Bolsonaro, um dos maiores aliados de Donald Trump na região, até agora não parabenizou o presidente eleito dos EUA.

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