Setor Elétrico

Gasto em inovação energética precisa triplicar até 2030

03 jul 2020, 10:54 - atualizado em 03 jul 2020, 11:33
Casa dos Ventos-Energia Eólica
Como a rápida aceleração de parques eólicos e solares diminuiu significativamente emissões de eletricidade (Imagem: Casa dos Ventos/Divulgação)

Os gastos de governos para desenvolver tecnologias de energia limpa precisam triplicar nesta década a fim de evitar os piores efeitos das mudanças climáticas, de acordo com a Agência Internacional de Energia.

Como a rápida aceleração de parques eólicos e solares diminuiu significativamente emissões de eletricidade, outros setores com altos volumes de emissões ainda precisam desenvolver tecnologias para reduzir sua pegada de carbono.

Para uma expansão rápida o suficiente que permita atingir as metas climáticas de meados do século, governos precisarão aumentar os gastos em pesquisa e desenvolvimento de energia limpa até 2030, disse o diretor-executivo da AIE, Fatih Birol, em entrevista.

“Na ausência de uma inovação de energia limpa muito mais rápida, alcançar meta líquida zero em 2050 será praticamente impossível”, disse Birol. “Definir metas climáticas ambiciosas é uma decisão política corajosa, mas concretizá-las exige mais do que coragem.”

Embora já existam muitas tecnologias para reduzir emissões de carbono de setores altamente poluentes, como produção de aço e de produtos químicos e transporte, elas precisarão de financiamento para o desenvolvimento e implantação em escala industrial, segundo relatório especial da AIE sobre inovação de energia limpa.

Mais da metade das reduções de emissões necessárias para atingir um caminho sustentável virá de tecnologias que estão atualmente no estágio de protótipo, como a produção de aço sem a necessidade de carvão ou o estágio de adoção antecipada, como a produção de hidrogênio a partir da divisão das moléculas água em eletrolisadores.

Indústrias pesadas geralmente investem em ciclos de 25 anos, com a próxima rodada prevista para começar em 2030.

Como governos ao redor do mundo procuram investir bilhões ou trilhões de dólares para tirar economias da crise provocada pelo coronavírus, alinhar esses investimentos para criar mercados para novas tecnologias limpas pode evitar a permanência de emissões que atrasariam o cronograma para atingir metas do clima fundamentais.

Cerca de 60 bilhões de toneladas de emissões, aproximadamente o dobro do emitido globalmente em 2019, poderiam ser evitadas se o dinheiro for gasto nesses novos mercados, disse o relatório da AIE.

Os investimentos em tecnologias de protótipos e de estágio de demonstração podem precisar de US$ 350 bilhões por ano nas próximas duas décadas para o cumprimento das metas sustentáveis de energia e clima, segundo a AIE.

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