Inflação

Gasolina mais barata: Entenda como corte nos preços da Petrobras (PETR4) reforça projeções de deflação em junho

16 jun 2023, 10:49 - atualizado em 16 jun 2023, 13:21
Gasolina
Petrobras reduziu o preço da gasolina para as distribuidoras; litro do combustível passou de R$ 3,02 para R$ 2,66. (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

Nos próximos dias, a gasolina deve ficar mais barata nos postos. Isso porque a Petrobras (PETR3PETR4) anunciou que o preço médio de venda da “gasolina A” para as distribuidoras passará de R$ 3,02 para R$ 2,66 por litro, a partir desta sexta-feira (16). Trata-se de uma redução de R$ 0,36 por litro.

Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 1,94 a cada litro vendido na bomba.

Essa mudança nos preços deve ajudar a puxar a inflação de junho para baixo. Nas projeções de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o impacto estimado da redução é de -11bps no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Já André Braz, economista e pesquisador do FGV IBRE, aponta que a gasolina mais barata terá um impacto de menos 0,04 pp em junho e menos 0,04 pp em julho. No entanto, os preços mais baixos não devem refletir em uma queda da inflação do ano, uma vez que está prevista a reoneração total do combustível no dia 1º de julho.

Deflação em junho; inflação em 5% para 2023

O mercado já projeta que no mês de junho, o IPCA deve registrar uma deflação. No começo da semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que o país provavelmente terá deflação em junho, mas depois o indicador de preços deve subir, fazendo com que a inflação fique entre 4,5% e 5% em 2023.

“As inflações de mercado ainda estão acima da meta, mas estão caindo”, disse. Apesar de afirmar que os núcleos de inflação, que desconsideram preços mais voláteis, seguirem elevados, Campos Neto indicou que haverá espaço para corte na Selic no futuro.

Segundo o secretário de Políticas Econômicas do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, a probabilidade do IPCA encerra o ano em tono de 5% ou abaixo deste nível aumentou.

“Eu diria que não é só possível. Existe a possibilidade real e bem razoável, uma probabilidade mesmo, de a inflação fechar próximo ou abaixo de 5% em 2023”, disse ao Broadcast.

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