Combustíveis

Gasolina e férias serão fiéis da balança diante da curta oferta de etanol

08 nov 2019, 11:21 - atualizado em 08 nov 2019, 11:21
petróleo combustíveis gasolina etanol
Gasolina deverá ser fator estabilizador do abastecimento geral nos próximos meses (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Mais ajustado impossível será o volume de etanol que os consumidores terão à disposição de agora ao início da próxima safra. O balanço favorável ao abastecimento sem pressão deverá vir do ganho da gasolina neste final de ano e da menor comercialização de combustíveis em geral no primeiro trimestre.

Mantida a sazonalidade histórica, naturalmente. Porque o Brasil do Centro-Sul deve entrar na entressafra “oficial” (quando todas a unidades estiverem paradas) em dezembro com 1,8 bilhão de litros em estoque, considerando a entrada maior de etanol de milho que vai ser feito.

Se for olhado o consumo mensal de etanol, que em setembro foi 1,87 bilhão/l, alta de 4%, até assusta, na relação com o disponível em 4 meses a frente.

Mas essa sobra é equivalente a 2018 para essa mesma época, de acordo com Martinho Ono, analista e trader, que além de apontar um aumento do consumo da gasolina nos três últimos meses do ano (mais dinheiro em circulação), além de recuo em geral no trimestre seguinte (férias etc), também aposta em preços menos competitivos do etanol.

Ou seja, o mercado ficará confortável se houver desvio de consumo para o derivado de petróleo.

“O etanol chegou a beliscar os R$ 2,30 (na usina) uns dias atrás e poderá perfazer uma média de R$ 2,00 até final de dezembro, o que manterá o equilíbrio”, avalia ainda o CEO da SCA Trading.

Ele também não acredita que o fôlego que o petróleo ganhou, R$ 2,00 acima do balizador de US$ 60/barril mantido há semanas, possa tirar competitividade da gasolina quando for repassado. Hoje (8), há um ajuste técnico em Londres, devolvendo parte do ganho da véspera

O prenúncio de acordo comercial entre Estados Unidos-China e dados melhores da economia alemã, entre outros, podem dar viés altista ao Brent, mas Martinho Ono acredita que o mercado já trabalha com o barril nos US$ 60.