Combustíveis

Gasolina e etanol mais caros: Veja quanto o litro vai subir a partir de março

24 fev 2023, 11:48 - atualizado em 24 fev 2023, 11:51
Gasolina, etanol, combustíveis
No começo do ano, Lula assinou uma Medida Provisória que mantinha a desoneração dos combustíveis promovida pelo governo Bolsonaro. (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

A partir do dia 1º de março, a gasolina e o etanol devem ficar mais caros. Isso porque o governo retomará os impostos de Pis e Confis sobre os dois combustíveis.

Pelas contas dos economistas, o consumidor verá um impacto direto nas bombas de combustíveis. O litro do álcool terá um aumento de R$ 0,23, enquanto o litro da gasolina subirá R$ 0,69.

Além disso, o fim da isenção dos impostos vai pesar no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que estava buscando um ritmo de desaceleração.

A inflação teria um repique de mais de 60bps [0,60%] caso seja repassado integralmente, o que significa dizer que nossa perspectiva de IPCA em 2023 saltaria de 6,2% para 6,8%”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

O problema é que aumentos nos combustíveis não impacta apenas o grupo de transportes. O Brasil é um país predominantemente rodoviário, logo os preços de mercadorias e serviços sobrem junto com os combustíveis. No entanto, vale lembrar que o litro do diesel só deve subir no ano que vem.

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Combustíveis: sobe ou não sobe?

No começo do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma Medida Provisória que mantinha a desoneração dos combustíveis promovida pelo governo de Jair Bolsonaro.

A redução dos impostos estava prevista para acabar no dia 1º de janeiro, mas Lula manteve a isenção até o fim de fevereiro para a gasolina e o álcool, e até o final do ano para o diesel, biodiesel, gás natural e de cozinha.

No entanto, o aumento nos preços da gasolina e do etanol não é visto com bons olhos pela ala política do governo. A preocupação é de que a medida pressione a inflação e derrube a avaliação popular sobre o presidente.

A equipe do Ministério da Fazenda, por outro lado, luta com unhas e dentes pela volta dos impostos. Pelos cálculos da pasta, a reoneração vai garantir R$ 28,9 bilhões aos cofres públicos em 2023.

“É nítido que o governo atual quer aumentar a arrecadação por meio desses tributos sobre o álcool e a gasolina, pois há gastos a serem efetuados, se comprometeu com determinados gastos, precisa aumentar essa arrecadação para arcar com essas despesas”, aponta Janssen Murayama, advogado tributarista e sócio do Murayama & Affonso Ferreira Advogados.

Também está no radar do mercado possíveis movimentações da Petrobras (PETR3;PETR4) em tentar compensar a retomada dos impostos derrubando os preços da gasolina nas refinarias. Lula e o presidente da estatal Jean Paul Prates tinham uma reunião marcada para esta sexta-feira (24)

“Supondo que a Petrobras queira compensar totalmente a elevação de impostos de R$ 0,69 com um repasse de 50% na cadeia, isso significa dizer que a companhia teria que abrir mão de mais de 30% da receita de gasolina para tal”, afirma Étore.

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