Gasolina e etanol mais caros: Veja quanto o litro vai subir a partir de março
A partir do dia 1º de março, a gasolina e o etanol devem ficar mais caros. Isso porque o governo retomará os impostos de Pis e Confis sobre os dois combustíveis.
Pelas contas dos economistas, o consumidor verá um impacto direto nas bombas de combustíveis. O litro do álcool terá um aumento de R$ 0,23, enquanto o litro da gasolina subirá R$ 0,69.
Além disso, o fim da isenção dos impostos vai pesar no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que estava buscando um ritmo de desaceleração.
“A inflação teria um repique de mais de 60bps [0,60%] caso seja repassado integralmente, o que significa dizer que nossa perspectiva de IPCA em 2023 saltaria de 6,2% para 6,8%”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.
O problema é que aumentos nos combustíveis não impacta apenas o grupo de transportes. O Brasil é um país predominantemente rodoviário, logo os preços de mercadorias e serviços sobrem junto com os combustíveis. No entanto, vale lembrar que o litro do diesel só deve subir no ano que vem.
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Combustíveis: sobe ou não sobe?
No começo do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma Medida Provisória que mantinha a desoneração dos combustíveis promovida pelo governo de Jair Bolsonaro.
A redução dos impostos estava prevista para acabar no dia 1º de janeiro, mas Lula manteve a isenção até o fim de fevereiro para a gasolina e o álcool, e até o final do ano para o diesel, biodiesel, gás natural e de cozinha.
No entanto, o aumento nos preços da gasolina e do etanol não é visto com bons olhos pela ala política do governo. A preocupação é de que a medida pressione a inflação e derrube a avaliação popular sobre o presidente.
A equipe do Ministério da Fazenda, por outro lado, luta com unhas e dentes pela volta dos impostos. Pelos cálculos da pasta, a reoneração vai garantir R$ 28,9 bilhões aos cofres públicos em 2023.
“É nítido que o governo atual quer aumentar a arrecadação por meio desses tributos sobre o álcool e a gasolina, pois há gastos a serem efetuados, se comprometeu com determinados gastos, precisa aumentar essa arrecadação para arcar com essas despesas”, aponta Janssen Murayama, advogado tributarista e sócio do Murayama & Affonso Ferreira Advogados.
Também está no radar do mercado possíveis movimentações da Petrobras (PETR3;PETR4) em tentar compensar a retomada dos impostos derrubando os preços da gasolina nas refinarias. Lula e o presidente da estatal Jean Paul Prates tinham uma reunião marcada para esta sexta-feira (24).
“Supondo que a Petrobras queira compensar totalmente a elevação de impostos de R$ 0,69 com um repasse de 50% na cadeia, isso significa dizer que a companhia teria que abrir mão de mais de 30% da receita de gasolina para tal”, afirma Étore.