Gasolina, alimentos ou Black Friday? Veja o que deve pesar mais no IPCA de dezembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve acelerar no último mês de 2023 — o dado será divulgado na quinta-feira (11), às 09h. Segundo especialistas, alimentos e gasolina justificam metade do efeito, enquanto a outra parte virá da devolução de descontos da Black Friday.
O economista chefe do Banco Fibra, Marcelo Maciel, destaca que as pressões mais relevantes devem vir de alimentos no domicílio — devido, principalmente, à elevada inflação de alimentos in natura — e fora do domicílio — associada à aceleração da inflação de refeições e lanches.
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“Esse resultado mostra que a aceleração da inflação de alimentos no final do ano segue mais proximamente forças climáticas adversas — excesso de aquecimento — do que recuperação da atividade econômica, renda e salários reais”, afirma.
Além disso, o peso de gasolina — de 0,23% ante -1,69% em novembro — deve contribuir para a variação de 0,19% dos preços administrados, diz Maciel.
Já a estrategista da Warren Rena, Andréa Angelo, ressalta que uma das dúvidas em relação a leitura de dezembro fica com o desempenho de grupos relacionados à volta do desconto da Black Friday.
Angelo afirma que o efeito pode se dar em: higiene pessoal, alimentação fora do domicílio, aparelho celular, bens duráveis, como eletroeletrônicos, e vestuário. “Nossa premissa, e risco altista, é no perfume. Este item é muito volátil e ainda poderá apresentar queda em torno de 0,8% no IPCA de dezembro”, diz.
A Warren projeta uma alta de 0,48% no IPCA de dezembro e variação de 4,54% em 12 meses. Já o Fibra espera aceleração de 0,45% no mês.
As perspectivas contribuem para manter a trajetória da Selic rumo a 9% no final de 2024. O Fibra espera quedas de 50 pontos base por reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) até o final do primeiro semestre do ano e mais uma redução de 25 pontos base no início do terceiro trimestre.