Garrafinhas de 300 ml podem ajudar Ambev a retomar fôlego na Bolsa
A aposta da Ambev em concentrar esforços na venda de bebidas para consumo em casa pode ajudar as ações da empresa a conseguir um novo respiro. “Com esta estratégia, a Ambev não está apenas criando uma nova barreira para os concorrentes, mas também está antecipando a tendência de aumento de consumo de cerveja em casa no Brasil”, argumenta o analista Ricardo França da Bradesco Corretora.
Segundo ele, como a Ambev grava a marca no vidro das unidades, os concorrentes não podem reutilizá-las. Ou seja, é uma abordagem diferente daquelas vistas nas tradicionais “ampolas” de 600 ml. O Bradesco ressalta que as retornáveis de 300 ml respondiam por apenas 5% do volume em 2014. Neste ano, entretanto, já alcançam 28%.
A Itaipava, da Cervejaria Petrópolis, tem sido a única concorrente a tentar implementar a mesma estratégia. França estima que esse segmento possa representar 40% dos volumes no ano que vem. Apesar de aplaudir a iniciativa, a corretora ressalta que a implementação da estratégia exige esforços no curto prazo e isso tem atrapalhado a capacidade de precificação dos produtos.
Ou seja, a intenção é conquistar o mercado com preços baixos por um tempo para então só depois voltar com a política tradicional de aumentos. “Acreditamos que a empresa irá voltar aos critérios de precificação novamente em 2017, atingindo R$ 650 milhões em lucros líquidos adicionais”.
O analista elevou a recomendação para os papéis da fabricante de bebidas de neutra para compra, com um preço-alvo de R$ 21 para dezembro de 2017. O valor está 26% acima do valor de fechamento de quinta-feira.
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