Economia

Galípolo será indicado à presidência do Banco Central em até duas semanas, diz site

15 ago 2024, 16:02 - atualizado em 15 ago 2024, 16:05
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Galípolo será indicado à presidência do Banco Central em até duas semanas (Imagens: Divulgação/Banco Central do Brasil)

Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do Banco Central (BC), deve ser indicado à presidência da autarquia em até duas semanas, segundo informações do Blog do Camarotti, do G1.

O diretor do BC já era apontado como amplo favorito para assumir o cargo atualmente ocupado por Roberto Campos Neto no BC. O mandato do presidente indicado por Jair Bolsonaro acaba no final deste ano.

Fontes do Palácio do Planalto teriam informado que as falas mais duras de Galípolo em relação à política monetária, inclusive, têm o aval do Planalto e vêm para trazer credibilidade.

Na última semana, o diretor afirmou, no 15º Concred, que não faz sentido ele não poder votar em um aumento da Selic só porque é indicado do governo.

“Muitas vezes eu assisto um receio, uma dúvida, para usar o linguajar que eu escuto, de que os diretores indicados pela gestão do presidente Lula não poderiam votar pela elevação da taxa de juros […] Não faz muito sentido imaginar que você vai passar quatro anos sem poder fazer algo nesse sentido. Está muito claro, ao colocar na ata ‘de maneira unânime’, que todos os diretores estão dispostos a fazer aquilo que for necessário para perseguir a meta”, disse.

Ele ainda afirmou que o atual cenário atual é “desconfortável” para o objetivo do BC de alcançar a meta de inflação de 3%, já que as projeções do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até 2026 são tratadas como acima da meta.

Em entrevista coletiva no começo desta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o novo presidente do BC deve ser anunciado nas próximas semanas. Segundo ele, Lula e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, iriam se alinhar em relação à nomeação.

Galípolo lutará para satisfazer a Faria Lima e Lula, diz Kanczuk

Galípolo terá que lutar para satisfazer dois chefes — a Faria Lima e Lula –, se for indicado como presidente do BC. É o que disse Fabio Kanczuk, ex-diretor de política econômica do BC e diretor de investimentos da ASA Asset, em entrevista ao Money Times.

“Ele vai se esforçar nas duas pontas, mas o Banco Central passará a ter uma restrição a mais do que anteriormente”, afirma o diretor da ASA.

Na análise de Kanczuk, o mercado deve pressionar Galípolo e os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) a elevar a Selic, se a inflação estiver descontrolada. “Se não tiver alguma projeção de que a inflação está caminhando para a meta, será necessária uma política monetária mais apertada. E se não houver ajuda do fiscal, será preciso fazer por via monetária”, diz.

Por outro lado, o presidente da República deve continuar a pressionar a autarquia para entregar juros mais baixos, a fim de ajudar no crescimento do país.

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