Economia

Galípolo diz que real mais forte e projeções de primário melhor criam cenário mais confortável para política monetária

10 maio 2023, 17:26 - atualizado em 10 maio 2023, 18:08
Galipolo
Galípolo reiterou que a indicação do seu nome por parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar uma diretoria do BC visa facilitar o diálogo de harmonização entre as políticas fiscal e monetária (Imagem: Reprodução/LinkedIn Gabriel Galípolo)

O secretario-executivo do Ministério da Fazenda e indicado para a diretoria de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira que a apreciação do real, a queda das taxas de juros longas e projeções melhores para o resultado primário estão criando um cenário “mais confortável” para a política monetária.

Ele ressaltou que a curva de juros futuros já precifica uma redução da Selic no segundo semestre deste ano, independentemente de mudanças na diretoria do BC.

“Está na curva do mercado. Se amanhã tiver a entrada de outro diretor ali e alguns meses depois, algum tempo depois, ocorrer algum tipo de alteração na taxa de juros, seria até leviano e equivocado do ponto de vista do que está ocorrendo se arvorar que foi resultado disso”, afirmou Galípolo em entrevista à BandNews.

Galípolo reiterou que a indicação do seu nome por parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar uma diretoria do BC visa facilitar o diálogo de harmonização entre as políticas fiscal e monetária.

Questionado se é favorável à chamada Teoria Monetária Moderna — que, em linhas gerais, advoga que não é preciso impor limites ao gasto público, uma vez que o governo pode emitir moeda e, portanto, não há o risco de calote –, Galípolo disse que sua produção acadêmica não é identificada com essa corrente.

“Mas eu tenho amigos de todas as correntes e vertentes e gosto de dialogar com eles”, afirmou o economista.

Ele acrescentou que discutir os limites para a emissão de moeda “é mais ou menos como discutir se Deus existe ou se Deus não existe”, mas ressaltou que as convicções e expectativas do mercado sobre essa e outras questões afetam os preços dos ativos na economia.