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Galaxy Digital deseja inovar o setor de mineração de criptomoedas

06 out 2020, 15:55 - atualizado em 06 out 2020, 15:55
Fundada em 2018, a norte-americana Galaxy Digital fornece serviços bancários de qualidade institucionais no universo dos criptoativos e do blockchain (Imagem: Galaxy Digital)

Galaxy Digital, de Mike Novogratz, está entrando para um dos setores mais fundamentais do mercado de criptomoedas: mineração.

Em entrevista exclusiva ao The Block, a empresa nova-iorquina destacou sua ambição em criar um negócio único de serviços financeiros para mineradores de bitcoin, que têm um grande papel em manter a segurança da rede Bitcoin.

Galaxy fornecerá serviços que variam entre financiamento a consultoria de mercados de capital, bem como serviços de liquidez — por exemplo, ajudar mineradores a converterem seus bitcoins em fiduciárias para operar e/ou expandir seus respectivos negócios.

Galaxy contou ao The Block que seu balanço de mais de US$ 400 milhões “nos dá uma escala exclusiva em nossa capacidade de comprometer nosso próprio capital em apoio a nossos clientes”.

“A mineração tem forte intensidade de capital e garantir acesso a máquinas de mineração pode impulsionar tanto o planejamento como o financiamento antecipado”, disse Ian Taylor, executivo da Galaxy, em entrevista ao The Block.

“São dois dos maiores problemas que podemos ajudar clientes a navegar — alavancando nosso balanço, nossa marca e nossa rede de relacionamentos.”

Taylor tem um papel fundamental no desenvolvimento de um novo departamento antes de sair da empresa e ir para a Goldman Sachs ainda este ano. Ele passará a tocha para Amanda Fabiano, que migrou da Fidelity para a Galaxy na semana passada como chefe de mineração.

Na Fidelity, Fabiano trabalhou com o setor de pesquisa e desenvolvimento da empresa para explorar produtos específicos para empresas de mineração.

“Minha primeira função é reunir cada um de nossos negócios em investimento principal, negociação, banking e gestão de ativos para certificar que estamos apresentando toda a empresa para clientes no setor”, disse ela ao The Block.

Canaan, fabricante chinesa de equipamentos de mineração em bitcoin, é uma empresa listada na Nasdaq (Imagem: Twitter/Canaan)

Fabiano está no processo de criar sua própria equipe, mas já possui clientes existentes.

Galaxy serviu como subscritora na oferta pública inicial (IPO) da empresa de mineração Canaan e está no processo de arrecadação para outra grande empresa de mineração, segundo uma fonte familiarizada sobre o assunto.

A entrada da Galaxy vem em uma época onde diversas empresas americanas buscam competir contra empresas asiáticas como Bitmain.

Digital Currency Group (DCG), por exemplo, se comprometeu em um investimento de US$ 100 milhões em uma subsidiária recém-anunciada, Foundry. Além disso, Layer-1 de Peter Thiel está construindo fazendas de mineração de bitcoin no Texas.

“Estamos vendo uma migração de taxa de hashes para a América do Norte por meio de desenvolvimento de projetos inovadores de mineração de alta qualidade e de grande escala”, disse Taylor.

“Esse rebalanceamento da rede Bitcoin é saudável para o bitcoin como um todo — e esses novos projetos significativos surgindo na América do Norte são um motivo pelo qual estamos aumentando nosso comprometimento com o setor.”

Empresas de mineração estão buscando cada vez mais por acordos de financiamento, afirma Taras Kulyk da Core Scientific, que hospeda máquinas para inúmeras empresas cripto, incluindo Foundry.

Kulyk disse que fornecedores de serviço estão entrando para o mercado para estender linhas de crédito a empresas de mineração e ajudá-las a adquirir máquinas atualizadas. “Sinceramente, a quantidade de players que fornece serviços de liquidação é inacreditável.”

“O maior obstáculo é a manufatura”, disse Kulyk. É resultado do “cabo de guerra” entre fabricantes de máquinas de mineração e fabricantes de chips, segundo Kulyk.

Para mineradores norte-americanos, a falta de acesso a máquinas tem sido um grande obstáculo. O Centro de Finanças Alternativas de Cambridge (CAAF) estima que apenas 12% dos hardwares de mineração estão sendo vendidos a mineradores norte-americanos.

Na teoria, ter um melhor acesso a capital também resultará em um melhor acesso a equipamentos. “A grande questão em adquirir hardware de mineração é sua gestão de relacionamento”, disse Fabiano.