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Gafisa: ou vai ou racha

29 ago 2018, 12:06 - atualizado em 29 ago 2018, 12:06

Gafisa

A Gafisa (GFSA3) veio ao mercado na noite de ontem (28) para dizer que espera lançar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão ao ano entre 2019 e 2021, disse a construtora em um fato relevante enviado ao mercado nesta terça-feira (28). A margem bruta estimada está entre 30 a 35% no mesmo período, distratos de R$ 250 milhões em 2018 e de R$ 150 milhões em 2019. Parece uma coisa boa, mas não é.

Enquanto as estimativas sugerem lançamentos e margens um pouco acima do esperado pelo mercado – considerando as projeções do Credit Suisse – elas sugerem que a empresa está pensando em priorizar o crescimento e não a geração de caixa, o que é visto como uma estratégia arriscada para uma empresa vista como ainda muito alavancada.

“Em nossa visão, a Gafisa estaria colhendo mais benefícios neste momento, concentrando-se em vender seu estoque e gerar caixa antes de reiniciar um ciclo de lançamentos”, destacam os analistas do Credit Suisse Luis Stacchini, João Dutra e Vanessa Quiroga. O banco tem recomendação de desempenho abaixo da média do mercado (underperform) e preço-alvo de R$ 8,60.

Já a equipe do BTG Pactual disse que irá revisar em breve as suas estimativas para incorporar as novas premissas da administração, o que poderá resultar em cortes para o lucro por ação. “Por agora estamos mantendo a recomendação neutra para a Gafisa, já que acreditamos que o momento fraco para os lucros deve continuar (esperamos perdas para os próximos trimestres) e a alavancagem está acima da média)”, destacam o analistas Gustavo Cambauva e Elvis Credendio. O preço-alvo é de R$ 17.

Tensão

Além da situação desconfortável no balanço, a administração da Gafisa ainda enfrenta o que pode ser considerado como um fogo amigo. O fundo GWI que possui participação relevante no capital da construtora, mais de 25%, disse que pretende destituir o conselho da empresa. Desde então, houve uma movimentação da empresa no sentido de buscar novos rumos estratégicos.

“Nossa visão é mista, se por um lado, a pressão dos acionistas pode fazer com que a empresa volte a ser uma empresa lucrativa. Por outro lado, há uma tensão entre os donos e a gestão. Preferimos não recomendar posição. Até um cenário mais claro”, analisa Victor Benndorf, da Benndorf Research.

No último dia 15, o conselho de administração da Gafisa autorizou a administração da construtora a desenvolver potenciais alternativas estratégicas, inclusive por meio da venda do controle ou combinação dos negócios. O conselho também liberou a administração da empresa a contratar assessores financeiros e jurídicos para auxiliar no processo.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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