Mercados

Gabriel Casonato: Setembro chove?

23 set 2018, 12:21 - atualizado em 23 set 2018, 12:21

Por Gabriel Casonato, Editor da Agora Brasil

Historicamente, o mês de setembro é um dos mais movimentados do ano no mercado americano.

Foi nele em que ocorreram dois dos eventos recentes mais marcantes da biografia dos Estados Unidos…

Ambos com grande impacto para o investidor.

Os famosos Cisnes Negros.

No último dia 11, por exemplo, completaram-se 17 anos do atentado às Torres Gêmeas…

Um dos símbolos da cidade de Nova York.

Após o triste episódio, as Bolsas americanas ficaram fechadas e só reabriram na semana seguinte…

Caindo mais de 10 por cento quando as negociações foram retomadas.

Mas naquela ocasião, apesar da ocorrência do atentado…

A verdade é que os investidores já estavam enfrentando momentos turbulentos no mercado de ações.

Em grande parte, por conta da bolha “.com”, que estourou em meados de 2000.

Outro evento, talvez até mais marcante para o mercado, foi a crise financeira de 2008…

A maior desde a Grande Depressão ocorrida 80 anos antes.

Apesar da “morte anunciada” do mercado hipotecário americano…

Os investidores entraram em pânico generalizado no dia 15 de setembro daquele ano…

Quando foi anunciada a falência do Lehman Brothers, até então o quarto maior banco de investimentos dos EUA.

Por outro lado, desde a retomada em meados de 2009…

A economia americana vem apresentando sinais contundentes de expansão.

Já são mais de 100 meses de crescimento, a segunda maior marca da história do país.

Neste caso, é válido se perguntar: está totalmente afastada a possibilidade de uma nova crise ao estilo Lehman?

DIRETO DE WALL STREET…

Avaliando em um primeiro momento, as perspectivas não são tão preocupantes como em 2008.

Além das maiores instituições financeiras dos EUA estarem com níveis de capital acima do que apresentavam na última crise…

Os principais bancos globais reduziram (e muito) de tamanho quando comparado com o PIB de seus países.

Os riscos, no entanto, voltaram a se acumular em outras partes do sistema.

O nível de endividamentos das empresas teve um grande salto.

As empresas com piores avaliações de crédito, por exemplo, mais que dobraram suas captações no período pós-crise.

O efeito dos aumentos nos juros pelo Fed pode dificultar a rolagem dessas dívidas em um futuro breve…

O que, por sua vez, comprometeria o lucro das empresas.

No frigir dos ovos, o efeito poderia levar a economia americana a uma nova recessão…

E já em 2020, de acordo com economistas consultados pelo Wall Street Journal.

Todavia, é importante lembrar a maioria das recessões ocorre devido a fatores inesperados e imprevisíveis.

A preocupação com o dia-a-dia dos mercados é similar àquela que devemos ter em um dia de tormenta.

No fim das contas, a bonança sempre retorna.

Sendo que, até o momento, ela sequer foi embora…

Ontem mesmo, por exemplo, o S&P 500 renovou mais uma vez seu recorde histórico.

Meu conselho, portanto, vale tanto para dias mais tranquilos quanto para aqueles mais nublados…

Manter uma carteira bem diversificada, composta também por ativos que atuem de forma contracíclica.

Isso permitirá que você passe por quaisquer momentos de estresse sem grandes sobressaltos.

Evaldo Albuquerque, um brasileiro em Wall Street

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