Economia

Gabriel Casonato: O touro vai continuar correndo

11 maio 2019, 11:05 - atualizado em 10 maio 2019, 18:46

Por Gabriel Casonato, Editor do Agora Financial 

Caro leitor,

Nos últimos dias temos visto muitos “ursos” do mercado saírem do armário.

Mas por mais que maio tenha começado ruim para as ações, será que o pessimismo destes investidores se justifica?

O resgate das tensões comerciais – que podem ser mitigadas com a visita da delegação chinesa a Washington – certamente é um argumento em prol da cautela.

Por outro lado, enxergo muito mais elementos que justifiquem uma postura ainda otimista com relação ao futuro mais imediato dos mercados.

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Veja o PIB dos EUA, por exemplo, que bateu de longe as expectativas ao crescer 3,2 por cento no primeiro trimestre.

Enquanto isso, a grande maioria dos americanos tem um emprego remunerado e está vendo seus salários aumentarem mais do que em qualquer outro momento desde a grande crise financeira de 2008.

Por fim, a inflação no país ainda está controlada, mesmo com o Fed tendo promovido uma série de cortes na taxa de juros até o ano passado.

Sobre o mercado de ações, depois do forte recuo entre setembro e dezembro, vimos uma igualmente forte recuperação no primeiro trimestre.

O S&P 500 teve seu maior ganho trimestral desde os primeiros três meses de 1998!

E tanto ele quanto o Nasdaq renovaram seus recordes históricos ao longo de abril, sendo acompanhados de perto pelo Dow Jones.

A verdade é que não valeu a pena vender as ações e enterrar a cabeça na areia no último trimestre. E certamente não será vantajoso fazer isto neste trimestre também.

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Outro ponto corrobora a tese da ala mais otimista do mercado: os lucros corporativos continuam em ascensão.

Estamos em meio a temporada de resultados aqui nos EUA, e até agora muitos dos balanços divulgados foram excelentes.

Isso porque muitas empresas relataram lucros bem acima das expectativas dos investidores, com boa parte delas atribuindo os ganhos justamente à economia em crescimento.

Lembre-se que a temporada anterior, referente ao 4T18, começou quando Wall Street estava apenas começando a se recuperar do sell-off de dezembro.

Na ocasião, os investidores estavam preocupados com a possibilidade de juros mais altos, o fechamento parcial do governo e as negociações comerciais tensas com a China.

Cenário que fez com que muitos projetassem um enfraquecimento dos lucros corporativos em 2019.

Hoje, muitos desses medos já provaram ser falsos ou exagerados.

E o que temos visto é que a atual temporada está ajudando os investidores a se tornarem mais confiantes, na medida em que tem dado um grande impulso para as ações.

Mas vamos dar uma olhada na big picture.

O grande investidor de valor, Benjamin Graham, certa vez disse: “No curto prazo, o mercado de ações é uma máquina de votação. Mas a longo prazo, o mercado é uma máquina de pesagem.”

Se você é um investidor de longa data como eu, aposto que já ouviu essa frase inúmeras vezes.

Mas poucas pessoas realmente entendem o que ela realmente significa. Permita-me oferecer uma explicação…

Dia a dia, ou mesmo semana a semana, as ações são afetadas por manchetes. Isso porque os investidores são emocionais.

Mas mês a mês, ou mesmo ano a ano, o ruído diário diminui e o verdadeiro valor das ações se torna muito mais claro.

Para os “touros”, é isso o que importa.

Nos últimos dez anos, os três principais índices de ações dos EUA mais do que triplicaram em valor.

E pela primeira vez na história, vimos duas empresas americanas atingir 1 trilhão de dólares em valor de mercado durante essa incrível trajetória de alta.

Isso apesar de todas as notícias ruins e preocupantes transmitidas aos investidores todos os dias.

No mundo real, por enquanto a perspectiva econômica para os EUA continua forte.

Portanto, as Bolsas em NY devem ter bastante combustível para continuar subindo mais e batendo novos recordes.

Sim, em algum momento, veremos uma recessão.

Mas no momento, o smart money ainda é otimista. E você também deveria estar.

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