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Gabriel Casonato: Lucro da Apple cai, mas ação não

04 maio 2019, 13:10 - atualizado em 03 maio 2019, 17:17

Computador da Apple
Na verdade, os resultados deixaram evidentes uma série de desafios que a Apple tem pela frente (Imagem: Pixabay)

Por Gabriel Casonato, Editor da Agora Financial 

Caro leitor,

33 por cento.

Isso é quanto já sobe a ação da Apple (NASDAQ: AAPL) em 2019.

Além de outperformar os principais índices de Wall Street, como o S&P 500 (+16 por cento), a companhia deixou definitivamente para trás os dias de bear market.

Desde 3 de janeiro, quando o papel atingiu o “fundo do poço” recente, a valorização é de incríveis 48 por cento.

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E olha que a empresa acaba de anunciar uma queda de 16 por cento no lucro do primeiro trimestre, para 11,5 bilhões de dólares.

Na verdade, os resultados deixaram evidentes uma série de desafios que a Apple tem pela frente.

De modo que já começam a surgir questionamentos…

Principalmente se, depois deste desempenho absurdo nos últimos meses, a ação não corre o risco de sofrer outro tombo semelhante ao observado no final do ano passado.

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Foi a primeira vez em dois anos que tanto o lucro como a receita da Apple recuaram num trimestre.

Mesmo assim, a resposta dos investidores foi bastante positiva, tendo garantido uma forte alta de quase 5 por cento para a ação no pregão seguinte à divulgação.

Tudo porque os números vieram acima das projeções dos analistas, que esperavam um impacto maior das dificuldades que a empresa vem enfrentando.

A receita total e o lucro de 58 e 11,5 bilhões de dólares, respectivamente, vieram levemente acima das estimativas de 57,5 e 11,1 bi.

Para se ter uma ideia, o faturamento trimestral daria para cobrir o rombo nas contas públicas do Brasil em 2018 e ainda sobraria um troco de 30 bilhões de reais.

Outra comparação interessante: após ter voltado a atingir a icônica marca de 1 trilhão de dólares, o valor de mercado da gigante de tecnologia está a cerca de 40 milhões de superar o market cap acumulado por todas as 337 empresas listadas na Bolsa brasileira.

São números que ajudam a entender o fato de a Apple ser hoje a companhia mais procurada pelos investidores que dão os primeiros passos em Wall Street.

Melhor para quem seguiu nossa sugestão dada no dia 4 de janeiro e comprou ação.

Mas como o Gabriel disse acima, depois de tamanha performance nos últimos meses, será que ainda vale a pena comprar?

A resposta é SIM!

Primeiro porque um dos principais problemas para as vendas da companhia, a guerra comercial entre EUA e China, está muito perto de ser resolvido.

No primeiro trimestre, por exemplo, um dos principais fatores que prejudicaram o desempenho da Apple foi a queda de 9 por cento nas vendas de produtos.

As vendas do principal deles – o iPhone – recuaram 17 por cento no período, muito em função da desaceleração da demanda chinesa.

A receita conquistada no país asiático também caiu (-22 por cento YoY), ao contrário do que aconteceu nos EUA e Japão.

Vale lembrar que a China é um dos principais mercados consumidores da Apple, além de ser o país onde ela monta a maioria de seus aparelhos.

Não à toa, os investidores acompanham com muita atenção a evolução das tratativas entre Washington e Pequim, que avançam rumo a um acordo.

Além disso, é importante ressaltar o ótimo desempenho do setor de serviços, cuja receita subiu 16 por cento, para o recorde de 11,4 bilhões de dólares.

Recentemente a Apple lançou novos aplicativos (Apple News, Apple Arcade, Apple TV e Apple TV+) que devem manter o ritmo robusto de crescimento do segmento nos próximos anos.

O objetivo até um tanto conservador do CEO Tim Cook é fazer com que a linha de serviços gere 50 bilhões de dólares por ano de receita a partir de 2020.

Por fim, a empresa informou que gastará 75 bilhões de dólares em recompras de ações e aprovou um bom dividendo de 75 cents por ação.

Sendo assim, mesmo com o cenário desafiador de curto prazo, mantemos visão positiva para a AAPL.

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