Gabriel Casonato: Big techs retomam a rota dos ganhos em 2019
Por Gabriel Casonato, Editor da Agora Brasil
As gigantes de tecnologia nunca estiveram tanto sob os holofotes dos reguladores, de órgãos de defesa de direitos do consumidor e até da própria imprensa.
A “perseguição” se dá principalmente por problemas em suas políticas de proteção de dados e por não conseguirem conter a propagação de discurso de ódio e notícias falsas – as famosas fake news.
Mas, se do ponto de vista da opinião pública as coisas não vão tão bem, sob a ótica dos negócios a vida vai muito bem, obrigado.
Especialmente para Google (NASDAQ: GOOGL) e Facebook (NASDAQ: FB), cuja performance das ações é um motivo extra para comemoração.
As valorizações expressivas de ambas desde o início do ano já mais do que recuperaram as perdas observadas no último trimestre de 2018.
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Período em que algumas das FAANG (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Alphabet/ Google) enfrentaram um inusitado bear market, que há tempos não acontecia.
Mas o que será que mudou em tão pouco tempo, a ponto de provocar essa reviravolta das ações?
Alguns fatores ajudam a explicar a virada das big techs em 2019.
Embora de concreto mesmo, pouca coisa tenha mudado em relação ao cenário que encontrávamos há cerca de 4 ou 5 meses.
Dentre os fatores exógenos, o catalisador foi a melhora da percepção relacionada aos rumos da guerra comercial entre EUA e China.
Mais especificamente, a proximidade de um “acordo monumental” entre os dois países, conforme apontou o presidente Donald Trump.
Já olhando para dentro, os bons resultados trimestrais divulgados em fevereiro garantiram um fôlego adicional.
Tanto Alphabet quanto Facebook soltaram números muito fortes relativos ao quarto trimestre do ano passado, acima das expectativas dos analistas.
E um dos principais motivos para isso acabou de ser divulgado pela empresa de pesquisa eMarketer.
Até então, ela projetava uma queda relevante na participação de mercado das duas gigantes no mercado de publicidade digital nos EUA após as denúncias dos últimos meses.
Entretanto, não foi isso que aconteceu.
As companhias ampliaram sua fatia para impressionantes 60,1 por cento do total do mercado americano no ano passado.
Um aumento de 0,7 ponto percentual sobre a participação de 2017 e na direção oposta da projeção de queda de 1,5 ponto da eMarketer.
“O alcance gigantesco e a capacidade de direcionar as campanhas em escala, combinado com uma plataforma de uso simples e uma grande familiaridade por parte dos publicitários, garantiram o espaço do duopólio nos orçamentos digitais”, escreveu a empresa em relatório.
O tamanho e a consequente posição privilegiada, aliás, estão entre os principais fatores que me mantém otimista com o futuro de Google e Facebook.
E isto vale para outra big tech, a Amazon (NASDAQ: AMZN), que também vê suas ações subirem bem (+19 por cento) em 2019.
Embora seu modelo de negócios seja bem diferente, ela também está de olho em uma fatia do mercado de publicidade digital.
Para este ano, por exemplo, a projeção é que a varejista chegue a uma participação de 8,8 por cento do mercado americano, 2 pontos acima do registrado no ano passado.
Nada que ameace o duopólio de Google e Facebook, mas um atrativo a mais para uma das empresas que mais cresce no planeta.