Gabriel Casonato: Ações de maconha são uma bolha?
Por Gabriel Casonato, Editor da Agora Brasil
Caro leitor,
No Brasil o assunto ainda é tido como um tabu.
Mas nos Estados Unidos e em outros países a história já é bem diferente.
Falo obviamente da maconha…
Não só da planta em si…
Mas de toda uma indústria que, se por um lado está longe de atingir a maturidade…
Pelo outro vem sendo apontada como uma das mais promissoras da atualidade.
Tanto que, mesmo com a grande maioria das empresas ainda apresentando prejuízos…
As mesmas vêm entregando resultados bastante expressivos a quem decidiu aplicar em suas ações.
A euforia é tanta que muitos já fazem comparações com o frenesi observado há pouco tempo com o Bitcoin.
Afinal, altas de 100, 500 e até 1.000 por cento têm sido cada vez mais frequentes entre as chamadas pot stocks…
Variações que também eram costumeiramente observadas na época do boom das criptomoedas.
E que fazem surgir questionamentos sobre a possibilidade de uma bolha nas ações de maconha.
O desempenho fenomenal em agosto foi determinante para isso.
Os mais céticos questionam se os valuations já não estão excessivamente esticados…
E se a trajetória explosiva das ações não fugiu da racionalidade.
Não estou aqui para julgar a existência ou não de uma bolha no mercado das criptos.
Mas lembro que, ao contrário do que ocorre com as moedas digitais…
A maconha você consegue ver, pegar, sentir o cheiro, fumar, entre muitas outras aplicações.
Ou seja, é possível observar fisicamente o nascimento de todo um setor que vai movimentar bilhões de dólares.
E se alguém duvida do potencial dessa indústria, basta ver o noticiário corporativo das últimas semanas…
DIRETO DE WALL STREET…
Agosto foi um mês agitadíssimo para o mercado de cannabis…
Possivelmente o mais barulhento até agora.
E no bom sentido, é claro!
Tudo vinha correndo de forma tranquila, sem grandes sobressaltos, até o dia 15.
Então veio o anúncio que acionou uma espécie de mola propulsora para as ações…
A Constellation Brands, fabricante da cerveja Corona, estava fazendo a maior aposta já vista em uma empresa de maconha.
A escolhida foi a Canopy Growth (NYSE: CGC).
Uma das maiores produtoras e varejistas da marijuana e derivados do planeta.
Mas não foi só o valor do deal que chamou a atenção…
Cerca de 4 bilhões de dólares para ampliar uma fatia de 9,9 por cento adquirida em outubro para os atuais 38 por cento.
Também saltou aos olhos o interesse de um grande player de bebidas em um produto completamente diferente.
E se alguém achava se tratar de algo isolado, uma outra notícia dias depois confirmou ser algo muito maior.
Uma tendência de fato.
A Diageo, a maior fabricante de destilados do mundo, também estaria determinada a entrar no mercado de maconha.
Já estaria até conversando com três produtores de cannabis.
Algo inimaginável até pouco tempo.
Ou alguém apostaria que a dona de marcas como Johnnie Walker e Smirnoff fosse precisar da maconha?
O que importa é que o movimento hoje faz todo sentido.
Basta ver uma série de pesquisas mostrando que o consumo de álcool despenca em países que legalizam a erva.
Não obstante, o resultado tem sido uma verdadeira corrida dos investidores em busca das pot stocks…
E um rali como há muito não se via nas bolsas americanas.
Como exemplo, pegue o caso da Tilray (NASDAQ: TLRY), que acertou na veia o timing do IPO.
Foi em 18 de julho, ao preço de 17 dólares por ação.
Menos de dois meses depois, veja o que aconteceu:
Isso mesmo, a cotação bateu nada menos que 119 dólares por ação.
Uma valorização de 600 por cento em apenas 40 pregões.
Claro que é muito difícil conseguir embolsar um lucro dessa magnitude.
Mas não se engane…
Isso já aconteceu antes e irá acontecer outras vezes…
Principalmente quando as empresas começarem a mostrar os resultados de fato da legalização.
O importante é saber selecionar as vencedoras…
E estamos aqui justamente para ajudá-lo nessa empreitada.
Neste sentido, aos que pretendem entrar nesse jogo, já dou logo um conselho:
Foque no longo prazo e esqueça a volatilidade.