G7 usará reunião para assinalar poderio ocidental a China e Rússia
As democracias ricas do G7 debaterão nesta terça-feira maneiras de se contraporem aos desafios da China e da Rússia sem tentar conter Pequim ou agravar a tensão com o Kremlin, disseram dois de seus principais diplomatas.
Fundado em 1975 como um fórum para as nações mais ricas do Ocidente debaterem crises como o embargo de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o G7 está cogitando reações aos dois países vastos e cada vez mais assertivos, além da pandemia de Covid-19 e a mudança climática.
“Não é nosso objetivo tentar conter a China ou reprimir a China”, disse Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, aos repórteres na segunda-feira antes da primeira reunião presencial de ministros das Relações Exteriores do G7 desde 2019.
Ele disse que o Ocidente defenderá a “ordem baseada em regras internacionais” diante de tentativas subversivas de qualquer país, inclusive a China.
A China é o cerne dos debates da manhã desta terça-feira, e as conversas da tarde se voltarão à Rússia, o que inclui como reagir a manobras de tropas na fronteira com a Ucrânia e o aprisionamento de Alexei Navalny, um crítico do Kremlin.
A ascensão econômica e militar espetacular da China nos últimos 40 anos é vista por diplomatas e investidores como parte dos acontecimentos geopolíticos mais significativos dos tempos recentes, assim como a queda da União Soviética em 1991, que encerrou a Guerra Fria.
O G7 combinado ainda tem um grande poder de fogo: cerca de 40 trilhões de dólares de influência econômica e três das cinco potências nucleares oficiais do mundo.
A Rússia foi incluída no que se tornou o G8 em 1997, mas foi suspensa em 2014 depois de anexar a Crimeia da Ucrânia. A China, hoje a segunda maior economia do planeta, nunca foi membro do G7.
O Reino Unido buscará o consenso de parceiros do grupo a ações decisivas para proteger democracias diante da influência econômica chinesa e das atividades russas.
No prazo mais longo, existem preocupações profundas, tanto em Washington quanto em capitais europeias, sobre como o Ocidente deveria agir em relação a Pequim e Moscou, que argumentam que as críticas ocidentais são injustificadas e contraproducentes.