G7 deve adiar revisão do teto de preço do petróleo russo
É improvável que as nações do Grupo dos Sete revisem esta semana o teto de preço imposto ao petróleo russo, apesar das evidências iniciais de que os barris são atualmente vendidos abaixo do limite atual de US$ 60.
Países membros da União Europeia foram informados no fim de semana pelo poder executivo do bloco que há pouco interesse do G7 — encarregado de definir e alterar o teto — em modificar os níveis de preços nesta fase, segundo pessoas a par do assunto.
As conversas entre a Comissão Europeia e o G7 provavelmente continuarão além de uma cúpula de líderes da UE que ocorrerá em Bruxelas nesta semana, acrescentaram duas das pessoas.
A UE e seus aliados tomaram várias medidas para reduzir as receitas com petróleo da Rússia, uma importante fonte de recursos para o país, a fim de limitar a capacidade do Kremlin de financiar sua guerra na Ucrânia. Os tetos sobre o preço do petróleo e derivados russos também levam em consideração a manutenção do suprimento de energia no mercado internacional.
O G7 concordou anteriormente em revisar o nível de preços em meados de março, e a legislação da UE estipula que o objetivo deve ser manter o limite 5% abaixo das cotações médias de mercado.
Porta-vozes da Comissão Europeia e do Tesouro dos EUA não comentaram imediatamente.
Um relatório da Agência Internacional de Energia na semana passada mostrou que petróleo e combustíveis russos foram vendidos abaixo do teto no mês passado.
A média ponderada do preço de exportação do petróleo russo foi de US$ 52,48 o barril, excluindo custos de frete e seguro.
O petróleo dos Urais, principal mistura de exportação da Rússia, foi vendido a US$ 45,27 no mercado do Mar Negro, enquanto misturas como ESPO, Sakhalin e Sokol, voltadas para o mercado asiático, foram negociadas bem acima do limite, segundo a AIE.
A Polônia e as nações bálticas têm pressionado para reduzir o preço máximo para pelo menos US$ 49 o barril para colocar pressão adicional nas finanças da Rússia, disse um diplomata da UE. A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, disse no Twitter na semana passada que é “hora de revisar e reduzi-lo ainda mais para cortar a capacidade da Rússia de guerrear contra a Ucrânia”.
Os embaixadores da UE foram informados no domingo de que as discussões do G7 não mostraram sinais de mudanças, disseram duas pessoas familiarizadas com as negociações.
A comissão disse aos diplomatas que as discussões continuariam, inclusive após a cúpula de líderes da UE desta semana, e o braço executivo do bloco continuaria a discutir com o G7, com base nos dados fornecidos pela AIE, disseram as pessoas.
Nações como os EUA têm se mostrado menos inclinadas a alterar os níveis de preços, argumentando que o limite está funcionando porque as receitas da Rússia estão baixas e seus custos estão altos, enquanto o petróleo continua a fluir nos mercados globais, disseram as pessoas.