G-20 diverge sobre termos de mudança climática antes de reunião
Líderes europeus resistem em apoiar um polêmico plano climático proposto pela Arábia Saudita, que visa reduzir as emissões enquanto captura e reutiliza gases de efeito estufa produzidos pela queima de hidrocarbonetos.
O G-20 avalia se deve dizer que “endossa” a chamada economia de carbono circular (CCE, na sigla em inglês), de acordo com autoridades a par das negociações, bem como segundo uma versão preliminar da declaração do G-20 vista pela Bloomberg News. A redação final pode mudar antes da reunião virtual dos líderes neste fim de semana, que é organizada pela Arábia Saudita.
Os governos da União Europeia resistem em usar a palavra “endossar”. Em vez disso, preferem reconhecer a contribuição da captura de carbono para a ação climática, deixando claro que isso não é suficiente, de acordo com uma autoridade, que pediu para não ser identificada.
A abordagem da economia de carbono circular provoca certo ceticismo. Tornar um ciclo de produção totalmente autossuficiente é virtualmente impossível: algum novo insumo sempre será necessário e algum desperdício sempre será gerado. O desenvolvimento de uma economia circular também pode exigir altos custos iniciais.
Os ministros de Energia do G-20 endossaram um comunicado com linguagem semelhante em setembro.
Segundo uma autoridade europeia, uma das opiniões é que a economia de carbono circular pode permitir que a Arábia Saudita – o maior exportador de petróleo do mundo – desvie o foco da redução do uso de combustíveis fósseis.
As autoridades esperavam que alguma linguagem relacionada a isso fosse incluída no comunicado final, mas disseram que a decisão sinalizaria que a prioridade seria reduzir as emissões.
Outro diplomata europeu disse que a declaração dos líderes no formato atual é pouco ambiciosa, especialmente em termos de clima e comércio, e representaria um passo atrás.
O documento preliminar, que tem nove páginas, diz que a economia de carbono circular “é uma abordagem voluntária, holística, integrada, inclusiva, pragmática e complementar para promover o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, melhorar a gestão ambiental por meio do gerenciamento de emissões em todos os setores, que inclui, mas não se limita, a energia, indústria, mobilidade e alimentos”.
A seção sobre a economia de carbono circular ainda está destacada, o que significa que continua sendo uma questão em aberto e ainda pode ser alterada.